A Jovem Pan News entrou no ar em 2021 e, em pouco tempo, envolveu-se em polêmicas e discursos políticos em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Com jornalistas e colunistas conservadores, o canal atingiu boa audiência, mas foi criticado pela linha editorial.

Jovem Pan News - Rodrigo Constantino
Reprodução / Jovem Pan

Um dos colunistas da emissora, que nunca escondeu sua posição política e seus pensamentos, foi Rodrigo Constantino, afastado no dia 10 de janeiro. Essa não foi a primeira vez que ele saiu da Jovem Pan.

O primeiro afastamento

Jovem Pan - Rodrigo Constantino
Reprodução / Jovem Pan

Em 4 de novembro de 2020, Constantino foi demitido depois de declarar, em um vídeo, que castigaria sua filha se ela fosse estuprada depois de ir a uma festa com homens. Ele completou afirmando que não denunciaria os criminosos. Na época, o caso Mariana Ferrer veio a público, quando o homem que a estuprou foi inocentado.

Rodrigo foi demitido, mas retornou em janeiro de 2021 para fazer parte da equipe do programa 3 em 1. Os comentários a favor do presidente seguiam à risca o discurso bolsonarista – dúvidas sobre as urnas eleitorais, críticas ao Superior Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes e acusações de manipulação nas eleições para Presidência da República em 2022.

Jovem Pan News na mira da Justiça

Jovem Pan - Zoe Martinez
Reprodução / Jovem Pan

O motivo de seu afastamento recente da Jovem Pan foram os comentários feitos por ele e por outros dois colunistas, Zoe Martinez e Paulo Figueiredo, durante as eleições e nos ataques terroristas provocados por vândalos e extremistas na sede dos três poderes, em Brasília, no último dia 8.

O Ministério Público Federal (MPF) começou uma investigação acerca da Jovem Pan, sobre a conduta da emissora durante o pleito presidencial e o ataque golpista ao Distrito Federal. Segundo o UOL, estão sendo investigadas supostas notícias falsas e incitação de jornalistas e colunistas para que o público participasse do atentando aos poderes brasileiros.

Dias antes da vitória de Lula, em 27 de outubro de 2022, Constantino disse que “muita gente está vendo a eleição mais manipulada da história do país. O TSE agindo como partido político, favorecendo o candidato que nem sequer deveria ser candidato em um país normal”.

Falas como essa levaram o STF a suspender as redes sociais do colunista do programa 3 em 1.

Apagando o incêndio

Tutinha
Reprodução / Jovem Pan

Depois do episódio ocorrido em Brasília, o tempo fechou para a Jovem Pan. Segundo o site Na Telinha, funcionários do canal temem que nos próximos meses ocorra uma série de demissões.

Especula-se que a linha editorial vai mudar, deixando de lado o discurso bolsonarista, mirando no centro. Além disso, Tutinha, presidente do Grupo Jovem Pan, renunciou ao cargo. A história, que corre nos bastidores, é de que essa saída foi para que o canal não fosse fechado.

Se tudo isso se confirmar, Rodrigo Constantino não tem mais espaço na casa – que busca apagar os incêndios ao se distanciar dos golpistas. O colunista continuava escrevendo em outros veículos.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor