Nos últimos tempos, a Globo fez uma série de mudanças que resultaram na demissão de vários profissionais, principalmente nos setores de jornalismo e de esporte.

O locutor Jorge Vinicius
O locutor Jorge Vinicius (reprodução)

Alguns anos antes do famoso passaralho, em 2018, Jorge Vinicius, que era do SporTV, foi demitido. Recentemente, com o desligamento de medalhões da casa, o profissional foi em defesa dos companheiros e detonou o Grupo Globo.

Nascido em Penápolis (SP), o locutor começou a carreira aos 16 anos, na rádio Difusora da cidade. Para estudar jornalismo, mudou-se para Campinas, onde fez o desejado curso na PUC e trabalhou na Rádio CBN.

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Sem mágoas

Milton Neves e Jorge Vinicius
Milton Neves e Jorge Vinicius (reprodução/Terceiro Tempo)

Aos 21 anos, Jorge Vinicius se tornou o jornalista mais jovem a narrar uma Copa do Muno; ele esteve presente no mundial dos EUA, em 1994.

O profissional passou pelas rádios Gazeta, Bandeirantes, Record e Capital, antes de ter a grande chance de sua vida, em 2013, quando foi contratado pelo canal pago da Globo.

Em 2018, a emissora anunciou que o locutor não fazia mais parte de seu quadro de funcionários, o que causou espanto em Jorge.

“Eu fiquei oito anos como contratado do Grupo Globo. Não tenho uma vírgula para falar sobre emissora, sobre companheiros, sobre chefia. Sempre fui muito bem tratado, foi a melhor casa que eu já trabalhei na minha vida. De fato, eu fui pego de surpresa, não esperava uma demissão agora. Mas vida que segue, vamos recomeçar. Mas sobre a Globo, só tenho coisas boas para falar”, falou ao UOL em 21 de agosto de 2018.

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“Hoje a Globo contrata preto, mulher e homossexual”

Jorge Vinicius
Jorge Vinicius (reprodução/SporTV)

O tempo passou e hoje o jornalista não poupa críticas à sua antiga empregadora. Em entrevista ao podcast Parlando de Palmeiras, em abril deste ano, ele comentou sobre a onda de demissões em sua antiga empresa e afirmou que, para a Globo, a competência não é o mais importante.

“Hoje, a Globo contrata preto, mulher e homossexual. O talento é o quarto plano hoje da Globo. Perderam a mão. Sou favorável à inclusão. Não sou preconceituoso. Ao contrário! Tenho amigo gay, amigas mulheres… A Globo perdeu a mão completamente”, comentou.

“Quantos pretos não tivemos com histórias lindas e maravilhosas? Vou citar dois, um homem e uma mulher. Glória Maria, saudosa Glória Maria, o que representou essa mulher para o jornalismo? Preta, mas acima de mulher e acima de ser preta, ela tinha talento”, defendeu.

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O tempo não perdoa

O narrador Jota Junior
O narrador Jota Junior (reprodução/SporTV)

Outro ponto que ele abordou é a saída de veteranos da emissora, como Cléber Machado e Jota Júnior, afirmando que pessoas mais velhas não têm espaço no canal.

“A Globo perdeu tanto a mão nesse aspecto de inclusão que agora existe o etarismo. Será que eles não estão enxergando ou não estão preocupados? Cortaram altos salários, que é uma questão de administração, mas uma coisa que não é legal é mandar embora pessoas que completam 50 anos, 55 anos, 60 anos… A Globo tá mandando embora gente de qualidade que ainda tem muito para dar”, opinou.

Longe da TV, Jorge Vinicius faz parte do Grupo Thathi de Comunicação, narrando jogos pelo YouTube e faz comentários no programa SBT Esporte +, exibido na região do Vale do Paraíba.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor