Em 2022, o público conheceu de forma mais profunda a história da vida e da morte de Daniella Perez, na série Pacto Brutal, exibida pela HBO Max. A produção que aborda o assassinato que abalou o país e fez da autora Gloria Perez um símbolo de luta e resistência foi um dos destaques do ano.

De Corpo e Alma

Familiares, amigos e artistas foram entrevistados e falaram sobre os fatos que envolveram o covarde assassinato da atriz, mas uma história curiosa acabou ficando de fora da série…

[anuncio_1]

Um encontro inesperado

Marcus Montenegro
Reprodução / Youtube

Marcus Montenegro é um dos principais agentes artísticos do país e deu o seu depoimento à série. Porém, um fato que ele presenciou não entrou na edição final, mas acabou sendo revelado em entrevista ao podcast Papagaio Falante (foto acima), em março deste ano.

Em 1992, o agente viajou até Cuiabá (MT) com Fábio Assunção, que participaria de um baile de debutantes. Ao embarcarem de volta para o Rio de Janeiro, eles encontraram o assassino Guilherme de Pádua dormindo nos assentos do aeroporto.

“Na volta de Cuiabá, nós encontramos o Guilherme de Pádua às 4h no aeroporto, dormindo na cadeira. Ele estava com uma tiara de couro, como se fosse uma coisa indígena. Eu não via o Guilherme há muito tempo, o Fabio encontrava com ele nos bastidores da novela. Eu perguntei: ‘Guilherme, o que você está fazendo em Cuiabá?’. Ele respondeu: ‘Vim fazer um baile de debutante’”, contou.

A história não “fechava”, pois o único baile que ocorreu na cidade era aquele que Fábio foi trabalhar na noite anterior.

“Só tinha um clube. A gente achou estranho”, disse Marcus.

“Acho que tudo que está no documentário é muito bem apresentado, é real, mas tem um link que pode ser pior ainda, por trás…”, completou o profissional.

Um homem violento

Além de atuarem juntos em De Corpo e Alma (1992), Fábio Assunção (foto acima) e Guilherme trabalharam na peça Blue Jeans, que foi um sucesso no Rio de Janeiro. Na série da HBO Max, o ator relatou que o assassino de Daniella agiu de forma violenta em uma das cenas.

“Ele fazia um policial, então ele me prendia, tinha que me bater, mas era ensaio. E ele me deu um soco em cena. Foi na minha garganta, aquilo deu uma discussão enorme. Achei até que ia ficar com algum problema na voz”, contou.

Em busca do estrelato a todo custo

Guilherme de Pádua
Reprodução / Web

Marcus fazia a produção da peça e relembrou o lado obscuro de Guilherme nos bastidores de Blue Jeans (foto acima).

“Teve um dia que teve um acidente com um canivete com outro ator, foi ele que fez o acidente. O contrarregra comprava uns dez canivetes, e uma das minhas maiores preocupações era o contrarregra tirar o fio do canivete. Até que o Guilherme se ofereceu pra ajudar o contrarregra. A gente descobriu que de um dos canivetes não foi tirado o fio. O Guilherme queria ser protagonista, o coro pra ele era muito pouco”, revelou.

Guilherme de Pádua matou, ao lado de sua então esposa Paula Thomaz, a jovem Daniella Perez, aos 22 anos. O casal foi condenado a 19 anos de prisão, mas acabou solto, encerrando a pena.

O assassino morreu no dia 6 de novembro de 2022, vítima de um infarto fulminante.

Compartilhar.
Avatar photo

Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor