Conhecida por ter vivido uma das personagens mais queridas de Malhação, Carolinie Figueiredo nasceu em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no dia 20 de abril de 1989.

Carolinie Figueiredo

Quando completou 19 anos, a artista saiu da casa dos pais e se mudou para a capital, onde dividiu apartamento com uma amiga que, junto com ela, estava despontando na televisão: Sophie Cahrlotte, que se tornou madrinha de sua filha.

Sua carreira na televisão teve início como apresentadora do YKS, da operadora SKY, entre os anos de 2001 e 2002. Em 2007, fez uma participação na novela Luz do Sol, da Record.

No mesmo ano, foi contratada pela Globo, onde interpretou a personagem Domingas nas temporadas de 2007 a 2010 de Malhação. Ela que era uma adolescente fora dos padrões e de personalidade forte ganhou a atenção do público que a acompanhou durante toda a trama.

Malhação

A personagem foi tão importante para a atriz que ela chegou a receber cartas de telespectadoras que se sentiam representadas por ter alguém com um corpo que nem o delas na TV. Por conta desse papel, a atriz ganhou o prêmio de Melhor Atriz Revelação em 2009.

Após encerrar sua participação, Carolinie esteve presente no remake de Ti-Ti-Ti em 2010, vivendo Madu e, em 2013, atuou como Júlia, de Sangue Bom, seu último papel fixo numa novela.

Sua última participação na televisão, até o momento, foi revivendo Domingas na temporada de 2013 de Malhação. Na época, ela atuou grávida de seu segundo filho.

Afastamento da telinha

Carolinie Figueiredo

Em 2009, Carolinie Figueiredo começou a se relacionar com o ator Guga Coelho, com quem teve dois filhos, Bruna e Théo. O casal se divorciou em 2016. Com todos esses acontecimentos, a jovem atriz repensou sua vida e sua carreira, como ela escreveu em sua conta no Instagram em dezembro de 2017:

“Agora estou começando a abraçar mais uma morte importante: a morte da atriz. Deixar essa morte acontecer não significa que não vá mais atuar, porque o ser artista/criativa/criadora vai estar em mim pra sempre. Mas a idealização de carreira, a associação de sucesso e a abundância financeira ligados à minha carreira de atriz, isso precisa morrer”, afirmou.

Ela também falou sobre as dificuldades da maternidade e o casamento desfeito:

“Comecei deixando morrer a idealização da maternidade quando assumi ser mãe aos 21 anos e, logo, novamente, aos 23. Foi doloroso ver que na realidade o cuidar e o maternar era bem diferente daquilo que imaginava. Depois passei por um longo processo de aceitar a morte da idealização da família perfeita”, escreveu.

Ela concluiu afirmando que a separação para ambos foi dolorosa, mas que seria ideal “que papai e mamãe tivessem duas casas, mas que continuariam amando muito vocês”.

Atualmente com 33 anos, Carolinie Figueiredo é terapeuta, com foco em educação alternativa para crianças e terapias holísticas, que cuidam de problemas e doenças a partir de uma visão global do ser humano.

Samara Felippo e Carolinie Figueiredo

Depois de um período afastado da cena artística, ela voltou aos holofotes com o espetáculo Mulheres que Nascem com os Filhos, criada e escrita por ela e pela atriz Samara Felippo e dirigida por Rita Elmôr.

A partir de uma visão sensível e bem-humorada sobre a maternidade, a peça aborda temas como gravidez, criação dos filhos, aceitação do corpo após nascimento dos filhos, entre outras questões.

“Ter deixado a atriz pra sempre guardada teria sido o maior arrependimento e amargura que eu poderia sentir. A maternidade colocou a atriz pra descansar e agora é a maternidade que devolve a atriz pra cena”, definiu, também no Instagram.

Morte da avó

Carolinie Figueiredo

Durante a pandemia, a atriz contraiu Covid-19, como milhares de brasileiros. Ela chegou a desabafar em sua conta no Instagram, em dezembro de 2021, que pensou que iria morrer sem respirar e alertou sobre os perigos da doença:

“A pandemia não acabou. Mesmo com todos os cuidados e reclusões, acabo pegando em uma das minhas primeiras saídas sociais. Estou isolada e considero que o vírus tenha sido leve no meu sistema porque pude tratar em casa.

Queria agradecer à minha irmã, Natalie Figueiredo, que me deu a mão durante uma crise de ansiedade em que achei que fosse morrer sem respirar. (…) Com duas vacinas creio que o quadro foi mais leve do que já ouvi sobre a doença. Se cuidem, usem máscaras, escolham bem os eventos sociais e, se possível, façam testes nos sintomas”.

Em março deste ano, a artista passou por um novo drama em sua vida. Sua avó faleceu em seus braços à espera de uma ambulância.

Carolinie, que mora com seus dois filhos em cima dela, não detalhou o que causou a morte dela.

“Hoje me despedi do grande amor da minha vida, minha avó, que para mim era a minha mãe. Quem me conhece ou me acompanha aqui sabe da importância desta matriarca. (…) Morreu no meu colo, esperando a ambulância chegar, mas aqui na Zona Norte carioca, os serviços são precários; a gente vive no esforço, na luta e no limite da sobrevivência. Apesar do choque, me sinto privilegiada por ter sido seu colo para o descanso”, contou.

Compartilhar.
Avatar photo

Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor