A pandemia do novo coronavírus impactou o mundo. É a maior desgraça de 2020. Milhares de mortos e uma pandemia que está longe de acabar. Tudo só voltará ao normal quando a vacina for finalmente criada. E entre os muitos falecimentos no Brasil por conta da COVID-19, uma morte que abalou o público foi a de Flávio Migliaccio. Mas o querido ator não foi mais uma vítima da terrível doença. O veterano, desiludido com os acontecimentos políticos e o ódio entre as pessoas, resolveu partir. Uma perda dolorosa para os fãs. Mas agora o telespectador poderá acalentar sua saudade com a reprise de “Tapas & Beijos”.

A série, escrita por Cláudio Paiva e dirigida por Maurício Farias, estreou em abril de 2011 e fechou seu ciclo em setembro de 2015. Foram quase cinco anos no ar de uma produção bem-sucedida. A história protagonizada por Fátima (Fernanda Torres) e Sueli (Andrea Beltrão) teve um ótimo início e não foi difícil cativar o público. As melhores amigas (que dividiam um apartamento no Méier) sonhavam em se casar, mas nunca encontravam o homem ideal e, para aumentar a frustração compartilhada, ainda trabalhavam em uma loja (localizada em Copacabana) que vendia e alugava vestidos de noiva —- comandada por Djalma (Otávio Muller). As desventuras da dupla divertiam e a boa sintonia entre as atrizes foi um dos acertos da série.

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Ao longo do tempo, os coadjuvantes foram ganhando mais importância na trama, o que contribuiu para o fôlego do enredo. Tipos como Jurandir (Érico Brás), Seu Chalita (Flávio Migliaccio), Armane (Vladimir Brichta), Tavares (Kiko Mascarenhas, que interpretou um Santo Antônio imaginário no primeiro ano), Djalma e Flavinha (Fernanda de Freitas), Tijolo (Orã Figueiredo), PC (Daniel Boa Ventura) e Lucilene (Natália Lage) cresceram, ficando tão atrativos quanto as protagonistas.

E a entrada de Fábio Assunção, interpretando Jorge, o dono da boate “La Conga”, foi outro bônus para a história. O envolvimento do personagem com Sueli funcionou muito bem e o fato de ter uma filha voluntariosa (Bia – Malu Rodrigues) deixou o conjunto ainda melhor.

Mas Seu Chalita acabou virando uma espécie de patriarca de personagens que não tinham muitos parentes. A trupe de tipos peculiares acabou se transformando em uma família torta. E o dono do restaurante “Rei do Beirute” virou um dos trunfos do seriado. O libanês é um viúvo de meia idade que quer se casar de qualquer forma. As suas aventuras em busca da noiva perfeita divertiu ao longo das temporadas e o ator inseriu um sotaque característico que deixou o perfil ainda mais cativante. Havia um ar de inocência que humanizava o papel e o ator soube usá-lo com maestria. Sua alegria com o papel também era visível, assim como o clima de harmonia do elenco.

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Marcado por bons perfis coadjuvantes, Flávio Migliaccio sempre fazia o personagem até então pequeno crescer. Tanto em séries quanto em novelas. Vide o irônico Dr. Josias, de “Êta Mundo Bom!”, folhetim de sucesso de Walcyr Carrasco reprisado atualmente no “Vale a Pena Ver de Novo”. Em “Tapas & Beijos” não foi diferente. Seu Chalita foi um dos muitos acertos da produção e essa reprise, que entrou na grade da Globo nesta terça-feira (04/08) — logo após a reexibição de “Cine Holliúdy” —, funciona muito bem como uma bonita homenagem a esse ator tão querido por todos.

SOBRE O AUTOR

SÉRGIO SANTOS é apaixonado por televisão e está sempre de olho nos detalhes, como pode ser visto em seu blog. Contatos podem ser feitos pelo Twitter ou pelo Facebook.

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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor