A nova versão de Renascer não rendeu a audiência e a repercussão esperadas pela Globo. Nem mesmo a reta final da novela demonstra potencial para conquistar o interesse do público na trama das nove.
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Curiosamente, foi a própria novela que cavou tamanho desinteresse. O autor Bruno Luperi, deliberadamente, abriu mão de um trunfo que poderia chamar a atenção da audiência nos últimos capítulos do folhetim.
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Trata-se do casal Lívio (Breno da Matta) e Joaninha (Alice Carvalho), que fez um enorme sucesso em 1993, mas nem ao menos existiu na nova versão da novela.
Casal de sucesso
Na primeira versão de Renascer, Lívio (Jackson Costa) era um padre que se descobria apaixonado por Joaninha (Tereza Seiblitz). O personagem, então, se via dividido entre sua missão religiosa e o amor por uma mulher.
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O casal caiu no gosto do público há 31 anos. Depois da morte de Tião Galinha (Osmar Prado), os espectadores passaram a torcer para que a catadora de caranguejo reencontrasse a felicidade nos braços do religioso.
Com tamanha torcida, o autor Benedito Ruy Barbosa deu ao público o que ele queria. No final de Renascer, Lívio abandona a batina e vai ao encontro de Joaninha. Os dois, então, terminam a trama juntos e felizes.
Mudança crucial
Mas, no remake de Renascer, Bruno Luperi optou por transformar Lívio em um pastor. Com isso, o personagem não vive o drama de optar pelo amor ou pelo celibato, como aconteceu na primeira versão da novela.
Com a mudança, Luperi teve a intenção de ampliar a diversidade religiosa da novela. Uma boa ideia, sem dúvidas, mas que acabou esvaziando o personagem. Sem o conflito envolvendo o celibato, Lívio nem ao menos chegou a ter uma trama para chamar de sua.
Já Joaninha seguiu ao lado de Tião. Nos mais recentes capítulos, abriu-se a possibilidade de a doméstica viver um romance com Zinha (Samantha Jones), que se apaixonou por ela. Porém, ao que tudo indica, trata-se de mais um amor platônico da jovem. Tião, inclusive, pode nem morrer na versão atual e terminar a novela ao lado de sua esposa.
Trunfo desperdiçado
Com tais mudanças, o autor Bruno Luperi abriu mão da chance de envolver o público novamente com o drama do padre apaixonado. Não é uma temática nova, mas costuma funcionar bem em novelas.
Se Luperi não tivesse alterado o perfil de Lívio, haveria uma boa chance de o casal formado com Joaninha cair nas graças do público, como aconteceu na primeira versão. Seria um conflito bem-vindo para uma reta final de novela morna.
Mas o autor preferiu não seguir por este caminho. Com isso, Renascer ficou sem um trunfo que poderia fazer toda a diferença nos capítulos finais. Numa novela com poucos casais interessantes, Lívio e Joaninha fazem falta.