Renascer abre mão de trunfo que poderia salvar reta final da novela

18/07/2024 às 18h18

Por: André Santana
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Alice Carvalho em Renascer

A nova versão de Renascer não rendeu a audiência e a repercussão esperadas pela Globo. Nem mesmo a reta final da novela demonstra potencial para conquistar o interesse do público na trama das nove.

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Alice Carvalho em Renascer

Alice Carvalho em Renascer

Curiosamente, foi a própria novela que cavou tamanho desinteresse. O autor Bruno Luperi, deliberadamente, abriu mão de um trunfo que poderia chamar a atenção da audiência nos últimos capítulos do folhetim.

Trata-se do casal Lívio (Breno da Matta) e Joaninha (Alice Carvalho), que fez um enorme sucesso em 1993, mas nem ao menos existiu na nova versão da novela.

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Casal de sucesso

Na primeira versão de Renascer, Lívio (Jackson Costa) era um padre que se descobria apaixonado por Joaninha (Tereza Seiblitz). O personagem, então, se via dividido entre sua missão religiosa e o amor por uma mulher.

O casal caiu no gosto do público há 31 anos. Depois da morte de Tião Galinha (Osmar Prado), os espectadores passaram a torcer para que a catadora de caranguejo reencontrasse a felicidade nos braços do religioso.

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Com tamanha torcida, o autor Benedito Ruy Barbosa deu ao público o que ele queria. No final de Renascer, Lívio abandona a batina e vai ao encontro de Joaninha. Os dois, então, terminam a trama juntos e felizes.

Mudança crucial

Breno da Matta como Pastor Lívio em Renascer

Breno da Matta como Pastor Lívio em Renascer (divulgação/Globo)

Mas, no remake de Renascer, Bruno Luperi optou por transformar Lívio em um pastor. Com isso, o personagem não vive o drama de optar pelo amor ou pelo celibato, como aconteceu na primeira versão da novela.

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Com a mudança, Luperi teve a intenção de ampliar a diversidade religiosa da novela. Uma boa ideia, sem dúvidas, mas que acabou esvaziando o personagem. Sem o conflito envolvendo o celibato, Lívio nem ao menos chegou a ter uma trama para chamar de sua.

Já Joaninha seguiu ao lado de Tião. Nos mais recentes capítulos, abriu-se a possibilidade de a doméstica viver um romance com Zinha (Samantha Jones), que se apaixonou por ela. Porém, ao que tudo indica, trata-se de mais um amor platônico da jovem. Tião, inclusive, pode nem morrer na versão atual e terminar a novela ao lado de sua esposa.

Trunfo desperdiçado

Com tais mudanças, o autor Bruno Luperi abriu mão da chance de envolver o público novamente com o drama do padre apaixonado. Não é uma temática nova, mas costuma funcionar bem em novelas.

Se Luperi não tivesse alterado o perfil de Lívio, haveria uma boa chance de o casal formado com Joaninha cair nas graças do público, como aconteceu na primeira versão. Seria um conflito bem-vindo para uma reta final de novela morna.

Mas o autor preferiu não seguir por este caminho. Com isso, Renascer ficou sem um trunfo que poderia fazer toda a diferença nos capítulos finais. Numa novela com poucos casais interessantes, Lívio e Joaninha fazem falta.

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