Nova novela das seis da Globo, Amor Perfeito vem chamando a atenção do público com sua história romântica, bem aos moldes de um bom folhetim tradicional do horário. No entanto, a trama escrita por Duca Rachid, Júlio Fischer e Elisio Lopes Jr. traz uma inovação: a maneira como apresenta personagens negros.
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Reprodução / Globo
Ao contrário de outras tramas de época, que trazia atores negros em contextos subservientes, a novela das seis coloca estes personagens em todas as escalas sociais, inclusive na elite. Por conta disso, o folhetim tem sido bastante comparado à Bridgerton, série de sucesso da Netflix.
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Semelhanças
Divulgação / Netflix
Grande hit da Netflix, a série Bridgerton retrata o universo da alta sociedade britânica do século 19. A trama chamou a atenção por ter um elenco diverso, trazendo atores negros encarnando membros da nobreza.
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Além disso, Bridgerton propõe um interessante diálogo com a contemporaneidade. Uma de suas principais características é o fato de a série utilizar músicas atuais em versões orquestradas, que são tocadas nas várias cenas de bailes.
Amor Perfeito bebe da mesma fonte. Além de trazer personagens negros em posições sociais diversas, a novela da Globo faz a mesma brincadeira com as canções. Logo na estreia, foi possível ouvir A Queda, de Gloria Groove, sendo executada por uma orquestra.
As semelhanças não passaram despercebidas pelo público. Nas redes sociais, houve até quem acusasse a Globo de “copiar” a Netflix, apontando Amor Perfeito como uma espécie de remake disfarçado de Bridgerton.
Inspiração
João Miguel Júnior / GloboA proposta de Amor Perfeito é apresentar os personagens negros de uma maneira “potente e elegante”, como os autores e o diretor artístico André Câmara explicaram na coletiva de lançamento da trama.
De acordo com a equipe da novela, foi realizada uma grande e profunda pesquisa na qual foi constatada a existência de uma elite negra nas décadas de 1930 e 1940, apagada pelos registros históricos.
Porém, Câmara não escondeu que uma das inspirações da novela é, sim, Bridgerton.
“Não vamos mexer nos cabelos dos homens e mulheres pretas. Bridgerton foi uma referência nesse sentido”, explicou Câmara.
Racismo
João Miguel Júnior / Globo
No entanto, ao contrário de Bridgerton, Amor Perfeito não vai ignorar o racismo, que aparecerá em diversas situações.
“A questão da escravização a gente tinha, sim, que falar. O racismo existe no Brasil. Mas também tínhamos de fazer de uma outra forma, porque a gente não queria que esses personagens pretos sofressem racismo e baixassem a cabeça. E isso, quando acontece na nossa novela, o personagem se posiciona, ele se impõe, responde ali na hora, no ato”, afirmou o diretor.
O profissional também garantiu que, apesar de o racismo aparecer na novela, ele não será o tema determinante dos personagens negros.
