Especialista em remakes, a televisão mexicana se prepara para a chegada de mais um pelas mãos da Televisa, maior produtora de folhetins do país e parceira há mais de 40 anos do SBT. O título escolhido é bem conhecido do público brasileiro: Anjo Mau.
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A produtora de tramas inesquecíveis como Maria do Bairro (1995) e A Usurpadora (1998) adquiriu os textos da obra de Cassiano Gabus Mendes, original de 1976 – que ganhou nova versão, escrita por Maria Adelaide Amaral, em 1997.
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Autor brasileiro em alta no México
A produção deverá ficar a cargo do produtor Pedro Ortiz de Pinedo, conhecido por novelas e seriados voltados para o humor. De acordo com sites locais, o profissional estava em busca de uma nova adaptação e analisou outros dois roteiros brasileiros para a escolha do seu próximo trabalho.
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Dois títulos assinados por Cassiano, e produzidos pela Globo, foram avaliados por Pinedo: Plumas & Paetês (1980) e Meu Bem, Meu Mal (1990, foto acima). A opção por Anjo Mau veio do enredo forte e dramático, como as novelas mexicanas pedem.
Anjo Mau no SBT?
Cabe lembrar que o SBT mantém parceria com a Televisa há décadas. As obras realizadas lá dominam a faixa Novelas da Tarde, com sucesso de audiência, faturamento e repercussão.
Sendo assim, as chances do canal de Silvio Santos trazer a famosa história da babá Nice (Gloria Pires / Susana Vieira) para as suas tardes, nos próximos anos, são bem altas. Anjo Mau é um clássico, com elementos que bombam por lá e por aqui.
Contudo, outras adaptações da Televisa para títulos que fizeram sucesso por aqui ficaram restritas ao México. Em 2017, o canal Las Estrellas exibiu El Bien Amado, remake de O Bem-Amado (1973), primeira novela a cores da Globo, escrita por Dias Gomes. Não se sabe se existe uma cláusula que proíbe a exibição dessas tramas no Brasil.
Já em 2019, Doña Flor y sus Dos Maridos fez a sua estreia na TV mexicana. A narrativa inspirada na obra de Jorge Amado ganhou a TV brasileira graças à adaptação do mesmo Dias Gomes.
Sobre o autor
Cassiano Gabus Mendes foi um dos pioneiros da TV brasileira. Ele brilhou como autor, diretor e produtor. Em 1968, implantou os folhetins contemporâneos com Beto Rockfeller.
Na Globo, foi autor de sucessos como Locomotivas (1977), Marron Glacé (1979), Elas Por Elas (1982), Champagne (1983), Tititi (1985), Brega & Chique (1987) e Que Rei Sou Eu? (1989). Seu último trabalho foi O Mapa da Mina (1993). Cassiano faleceu após entregar os últimos capítulos da novela, enquanto a trama ainda estava no ar.
Suas obras ganharam adaptações em países como o Chile e o México; em 2011, a Televisa produziu Ni Contigo, Ni Sin Ti, baseada em Te Contei? (1978).