No ano de 2008, a televisão brasileira viveu um fenômeno que, na teoria, não era para acontecer. Com efeitos considerados toscos, trama rocambolesca que envolvia até extraterrestres e roteiro delirante, Os Mutantes conquistou muitos fãs.

A novela foi a continuação de Caminhos do Coração, obra do mesmo Tiago Santiago, mas que foi considerada boa por conseguir equilibrar bem a ficção científica com folhetins normais. Em Os Mutantes, para manter a audiência, Tiago avacalhou.

Foi de Curupira até Reptilianos – como ele chamava extraterrestres. Inventou até um Reino subterrâneo e desconhecido. Por conta do ritmo acelerado e industrial, os efeitos acabaram tendo a qualidade diminuída e muitas cenas ficaram bem toscas.

Veja as quatro cenas mais bizarras de Os Mutantes – Caminhos do Coração:

1 – Curupira, é você?

Mais para o final da novela, Tiago Santiago decidiu colocar o Curupira, um personagem tipicamente brasileiro, em cena. Lógico, que de forma adaptada, mas o fez. Na cena de apresentação, nota-se que a Record filmou o personagem andando de forma normal, mas na edição, colocou de trás para frente. Fica uma sensação estranha.

Ele aparece brigando com Rosana (Maria Ceiça) e Tati (Letícia Medina). O sotaque caipira do Curupira é estranho. A cena, com uma edição ruim, fica pior do que o imaginado. E tinha tudo para ser legal.

2 – Velociraptor hipnotizado

Outra “sacada” do roteiro de Mutantes foi colocar dinossauros dentro da Ilha. Claro que teve um Rex, mas o mais popular foi o Velociraptor, que corria para lá e para cá atrás dos heróis.

Em uma cena, ele corre atrás de Cris (Mauricio Ribeiro), que era uma espécie de Benjamim Button ao contrário – ele envelhecia mais rápido que o normal – e Iara (Suyane Moreira), uma sereia que ganhava pernas facilmente.

Em risco, Iara decidiu hipnotizar o dinossauro com o seu canto. Quem viu na época, ficou boquiaberto e incrédulo. Hipnotizar pessoas, beleza. Mas um dinossauro?

3 – A morte da Aranha e da Policial

Logo em seu início, Os Mutantes teve um choque com mortes de duas personagens populares: Ariadne (Nathália Guimarães) e Marta (Miriam Freeland). Mas as suas mortes não foram lá muito bem produzidas.

Os tiros de bazuca que mataram a Mulher Aranha, como era conhecida Ariadne, soaram falsos. E mesmo sendo atingida por eles, a moça não sangrou. Outro erro foi que a sua queda em um carro o amassando todo foi exagerada – e estranha, porque deu para ver a diferença entre o chroma-key e o real.

Depois, foi Marta que faleceu. Em um discurso hippie e gritando “não, eu quero paz!”, ela deu um pulo para salvar os colegas, que não entenderam nada. Se eles não entenderam, imagine quem estava em casa.

4 – Tiro ao alvo com Reptiliano

Já no final da trama, quando havia inventado um reino subterrâneo, Tiago Santiago inventou o herói Melquior (Elcio Monteze), que sempre antes de atacar ou se defender, fazia algum discurso filosófico sobre o bem e o mal.

Para destruir várias naves de reptilianos que estavam lhe atacando, Melquior fez quase um tiro ao alvo. Invocou até a Pedra Filosofal – será que é a do Harry Potter? – para ter poder suficiente para derrubar as naves aliens.

Depois de uma pequena genkidama, alá o que Goku faz em Dragon Ball Z, ele joga a bola de poder e destrói todas uma por uma. E tome discurso filosófico para criança entender… Muito estranho.

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