Rejeição inicial, protagonista reprovada, gays assexuais: 10 curiosidades de Paraíso Tropical

Wagner Moura e Camila Pitanga

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O canal Viva estreia – nesta segunda-feira (5), às 15 horas, com reprise às 23h45 – a novela Paraíso Tropical, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, com direção geral de Denis Carvalho e José Luiz Villamarim, exibida originalmente entre março e setembro de 2007 e nunca antes reprisada. A novela entra no lugar de A Viagem.

Uma trama bem escrita, dirigida e produzida, sem atropelos ou barriga. Abaixo, destaco 10 curiosidades sobre a produção.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

1 – Rejeição inicial

O início da novela sofreu com audiência aquém da esperada, mas Paraíso Tropical aos poucos foi conquistando o público. A rejeição inicial se deu por causa do tom da novela, considerado “muito masculino” por Ricardo Linhares.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM!

Não havia grandes personagens femininas além da gêmea má Taís (Alessandra Negrini) e de Bebel (Camila Pitanga), e o grande centro era a disputa de poder entre o mocinho Daniel (Fábio Assunção) e o vilão Olavo (Wagner Moura) na empresa de Antenor Cavalcanti (Tony Ramos).

Os autores fizeram algumas alterações no sentido de atenuar essa “masculinidade” da novela e valorizaram as mulheres sem, no entanto, deixarem de lado o planejado na sinopse. Com isso, os problemas foram sanados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

 

2 – Olavo e Bebel

Enquanto o casal romântico central, Paula e Daniel (Alessandra Negrini e Fábio Assunção), não vingou, a dupla de anti-heróis Olavo e Bebel (Wagner Moura e Camila Pitanga) fez o maior sucesso. Um casal que caiu nas graças do público, apesar de todas as trapaças e atitudes nada corretas.

Olavo era uma vilão cafajeste, megalomaníaco e sedutor, e Bebel, uma prostituta ingênua e adorável, com bordões e expressões que o povo repetiu nas ruas, como “catiguria”“cueca manera” e a frase “Que boa ideia esse casamento primaveril em pleno outono!”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


3 – Novela premiada

Por suas atuações, Wagner Moura e Camila Pitanga foram eleitos pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) o melhor ator e a melhor atriz na televisão em 2007. Ela empatou com Jussara Freire (pela novela Vidas Opostas, da Record TV), e ele empatou com Marcelo Serrado (por Vidas Opostas e pela série Mandrake, da HBO).

A APCA também elegeu Paraíso Tropical a melhor novela de 2007. Paraíso Tropical foi ainda premiada com o Troféu Imprensa: melhor novela (empatada com Vidas Opostas), melhor ator (Wagner Moura), melhor atriz (Camila Pitanga) e revelação de 2007 na TV (o ator Gustavo Leão).

4 – Outro Olavo

Para o papel do vilão Olavo, Gilberto Braga convidou Selton Mello, que não aceitou. O autor declarou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”: “Nunca cantei tanto um ator para fazer um trabalho meu quanto cantei o Selton. Mas ele não queria fazer novela, queria fazer cinema. (…) Achei bonito e carinhoso da parte do Selton ele dizer que não deveria ter recusado o Olavo, apesar de ter precisado fazer isso: ‘Tenho pena de ter recusado, porque vilão de Gilberto Braga, um ator não deve recusar’”.

Sobre a escalação de Wagner Moura“Quando o Dennis [Carvalho] sugeriu o Wagner para o papel do Olavo, eu não gostei: ‘Ele não tem peitoral, não pode aparecer sem camisa (…) ele tem um físico dos anos 1970, não tem tórax.’ (…) Para mim, o Wagner era franzino. Dennis insistiu: ‘Gilberto, ele é um ator excepcional. Além disso, é o tipo de pessoa da qual você gosta. Você vai gostar dele, de cara.’ (…) Não deu outra”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

 

5 – Outra Bebel

Mariana Ximenes foi o primeiro nome pensado para o papel da prostituta Bebel: “Sempre achei que ela faria bem uma cachorra tipo Laura [de Celebridade]. Mas a Mariana estava fazendo uma novela seguida da outra, estava cansada. Eu achava que a Camila Pitanga não era capaz de fazer a Bebel porque não é safada – e não é mesmo, é boa moça. (…) Até interpretar a Bebel, ela tinha vergonha de mostrar o peito e ninguém sabia que ela tinha a bunda grande, porque ela se veste de um jeito elegante, que disfarça o bundão”.

6 – Outras gêmeas

Gilberto criou a trama central de Paraíso Tropical pensando em Cláudia Abreu para viver as gêmeas protagonistas. Porém, a atriz engravidou quando as gravações estavam prestes a começar.

Ao livro “Autores”, declarou: “Como eu tinha combinado de não fazer essa novela com a Malu [Mader], achei melhor a Cacau fazer as duas [a mocinha e a vilã]. Eu nunca tinha escrito gêmeas e achei que ela faria muito bem. (…) Eu queria basicamente a Vitória – heroína de Belíssima, do Silvio de Abreu, que sabe escrever heroínas muito bem – e a Laura de Celebridade. A ideia era simplesmente botar a Vitória contra a Laura. Foi um choque não poder contar com a Cláudia Abreu”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

 

7 – Gêmea reprovada pelo autor

Sobre a escalação de Alessandra Negrini, Gilberto Braga disse ao livro “Autores”: “Foi uma confusão danada até escalarmos a Alessandra Negrini. Ricardo Linhares havia trabalhado com a Alessandra numa novela [Meu Bem-Querer] e sugeriu o nome dela. […] É uma atriz extremamente competente, mas não é a minha praia, porque não é uma atriz naturalista. Mas fez muito bem as gêmeas”.

Já para o livro “A Seguir Cenas do Próximo Capítulo”, Gilberto confidenciou: “A Alessandra Negrini é competente, mas não tem o carisma da Cacau [Cláudia Abreu]”.

De fato, Alessandra Negrini funcionou mais como a vilã Taís do que como a mocinha romântica Paula, demonstrando pouca química com o mocinho Daniel (Fábio Assunção).

8 – Gays apáticos e assexuais

Os autores foram criticados por apresentar um casal gay que não demonstrava em cena nenhuma relação afetuosa ou de intimidade. Rodrigo e Tiago – vividos por Carlos Casagrande e Sérgio Abreu – foram taxados de assexuais pelo público e mídia.

Gilberto Braga se defendeu: “O casal gay não tinha importância alguma na trama. Era para acariciar a classe [os gays]. Mas a classe é muito crítica, quer carinho, beijo na boca” (livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”).

De qualquer forma, o autor se redimiu em sua novela seguinte, Insensato Coração (2011), na qual abordou amplamente a questão homossexual.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


9 – Crossover diferente

Pela primeira vez na história das novelas no Brasil, uma personagem saiu de uma história e entrou em outra de autor diferente. Privilégio dado à atriz Carmem Verônica. Mary Montilla, personagem de Belíssima (2005-2006), escrita por Silvio de Abreu, apareceu em dois capítulos de Paraíso Tropical, em uma participação especial, como amiga do casal Virgínia e Belisário (Yoná Magalhães e Hugo Carvana).

10 – Comparações com Mulheres de Areia

Tramas em que irmãos gêmeos ocupam o posto de protagonistas já foram realizadas algumas vezes na Globo. A novela Mulheres de Areia (1993), de Ivani Ribeiro, é a que mais se assemelha à trama central de Paraíso Tropical, por retratar a história de duas irmãs, sendo uma boa e a outra má.

Contudo, entre os detalhes que diferem as novelas está o fato das gêmeas de Mulheres de Areia saberem da existência uma da outra, diferente do que acontecia no início da trama de Paraíso Tropical, quando as gêmeas Paula e Taís (Alessandra Negrini) não se conheciam.

AQUI tem tudo sobre Paraíso Tropical: trama, elenco completo, personagens, trilha sonora e mais curiosidades de bastidores.

Autor(a):

Sair da versão mobile