RedeTV! completa 21 anos, mas flerta com irrelevância e ameaça virar emissora nanica

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Seja sincero: se não fosse este texto, você saberia que a RedeTV! está comemorando hoje o seu 21º aniversário? Provavelmente não, aposto. E isso é um sinal claro do que a emissora virou: um canal que flerta com o total esquecimento do público e do mercado publicitário.

Será mesmo que existe algo para se festejar no 2020 da auto-declarada “a rede de TV que mais cresce no Brasil”? A pandemia do coronavírus acentuou ainda mais o processo de sucateamento da programação, que se transformou em uma proliferação de programas de fofocas, televendas, telecultos, infomerciais e outras coisas do gênero.

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Ao decorrer da semana, a RedeTV! vende espaços para sete denominações religiosas. Para você ter uma ideia do quão grande é esse número, tenha em mente que a emissora tem só sete atrações inéditas e de produção própria nos dias úteis.

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Além dos telecultos, mais nove marcas compram espaço na programação da rede de Marcelo de Carvalho e Amilcare Dallevo. A mistura é tão grande que até parece uma feira livre: tem venda de panelas, de roupas, de carros, de colchões, aditivos sexuais e, claro, o tradicional Ômega 3.

Em 2020, a única novidade realmente produzida pela emissora foi o Opinião no Ar. A contratação midiática e milionária de Luís Ernesto Lacombe só serviu para agradar uma ala da internet que simpatizava com seus comentários pró-governo — e ele repercute apenas nessa ala.

No Ibope, o programa passa vergonha atrás de vergonha. Na última sexta, dia 13, o auge do vexame: 0,1 de média (20.331 telespectadores) na Grande São Paulo, com alguns minutos marcando 0,0, o temido traço literal. Nem mesmo os cultos e os televendas registram uma audiência tão baixa.

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A contratação de Sikêra Jr., fenômeno nas redes sociais, também não colou. O Alerta Nacional, que é produzido pela amazonense TV A Crítica, até deu sinais de que iria vingar: o programa policial chegou a alcançar picos de 6 pontos, uma marca excelente para os padrões da RedeTV!.

A emissora, porém, não contava com a ironia do destino. Depois de subestimar os efeitos do novo coronavírus, Sikêra foi contaminado pela doença e passou 32 dias afastado do noticiário. Ele voltou, mas grande parte dos telespectadores não: o programa tem perdido público de forma considerável, e não raramente é ultrapassado por canais religiosos e por emissoras nanicas, como a Gazeta.

De segunda a sexta, a RedeTV! não consegue vencer a Cultura e sequer consegue atingir 1,0 na chamada média/dia, contabilizada entre 7h e 0h. Aos sábados, a situação é ainda pior: a emissora sequer consegue pontuar. Ontem (14), a média foi de apenas 0,4 ponto — 0, de acordo com os critérios de arredondamento da Kantar Ibope.

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Aos domingos, a emissora ainda consegue sair da irrelevância graças ao aguerrido time do Encrenca e com as pegadinhas de João Kleber, que não raramente alcançam o terceiro lugar de audiência. Em um lugar sério, os dois casos serviriam para a diretoria enxergar que o canal tem potencial.

A RedeTV! chega aos seus 21 anos praticamente moribunda. No último mês, um áudio de Marcelo de Carvalho brigando com a sua ex-namorada repercutiu mais do que todos os programas da emissora juntos. Sintomático, não é mesmo?

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