Várias apresentadoras infantis fizeram sucesso com a criançada. Silvana Teixeira foi uma delas. Só que, enquanto dedicava-se aos pequenos que acompanhavam os programas da Cultura, Silvana deixou passar uma grande chance como atriz.

Silvana Teixeira

Ela começou sua carreira na publicidade, fazendo sucesso como garota propaganda do Bradesco. Em 1981, veio a estreia como atriz na TV Cultura.

“Eu soube que a Cultura iria lançar um projeto de tele-romance. Fiz um teste na emissora, fui aprovada e participei de várias produções”, contou em entrevista ao TV História.

Menina de Olho no Fundo, Abdias, Floradas na Serra, Nem Rebeldes, Nem Fiéis, O Tronco do Ipê e Iaiá Garcia foram algumas das produções nas quais Silvana Teixeira atuou. Em 1983, ela foi escalada para fazer parte do Bambalalão, programa infantil de grande sucesso.

Alegria da molecada

Bambalalão - Silvana Teixeira

Na ocasião, a apresentadora Gigi Anhelli havia saído de férias. Teixeira a substituiu, agradou ao público e acabou ficando na atração ao lado de Gigi.

“Foi uma experiência muito legal, era um programa ao vivo e totalmente voltado para as crianças, algo que nunca tinha feito. Me identifiquei muito com esse público”, recordou ela, que permaneceu na apresentação do Bambalalão até o fim, em 1990.

Um dos quadros de sucesso foi Bambaleão e Silvana, que ela fazia com o ator Chiquinho Brandão; ele manipulava um leãozinho apaixonado pela apresentadora.

“Trabalhar com Chiquinho era demais, a maioria das falas era tudo no improviso. O quadro agradava a todos: as crianças, que adoravam o boneco, e os adultos, que curtiam o romance e as cantadas do Bambaleão. Chiquinho faz muita falta”, lamentou ao se lembrar do amigo, que faleceu em um acidente de carro em 1991.

Fuga de novela

Livre para Voar

No auge do infantil, Silvana Teixeira declinou de um convite da Globo. Ela foi chamada para protagonizar Livre Para Voar (1984), novela de Walther Negrão, estrelada por Tony Ramos e exibida às 18h. Carla Camurati (na foto entre Tony e Thaís de Campos) assumiu o papel.

“Eu inventava justificativas, dizia que achava desnecessário cortar o cabelo, cada hora dava uma desculpa. A verdade é que eu não queria deixar a Cultura, porque lá eu era paparicada por todo mundo, do diretor até o porteiro. É claro que todo mundo quer trabalhar na Globo, mas eu morria de medo de sair da Cultura”, confidenciou em entrevista ao Notícias da TV.

Moça do tempo

Silvana Teixeira

Com o fim do Bambalalão, e de outras atrações que comandou, como Lanterna Mágica (1985) e Ligue para um Clássico (1985), Silvana voltou a receber convite da Globo. Desta vez, para ser a garota do tempo no São Paulo Já, telejornal local que estreou em 1990:

“Tinha feito um piloto para o Glub-Glub, mas o Carlos Nascimento me convidou para apresentar a previsão do tempo. Era divertido fazer: se estava sol, me vestia com roupa de verão, se estava frio, ia com roupas de inverno. Recebia muitas cartas dos espectadores”.

A chance de, enfim, atuar numa produção de dramaturgia da emissora acabou não se concretizando.

“Eu sempre quis muito fazer novela, e indo para a emissora teria a chance de trabalhar como atriz. Sempre que surgia um teste, eu pedia para fazer, mas nunca deixavam, pois era contratada do jornalismo. Acabei ficando chateada, e deixei o telejornal”, confidenciou.

Cuidado com os animais

Silvana Teixeira

Nos anos 1990, Teixeira esteve presente em várias peças de teatro e trabalhou no infantil Agente G (1995), exibido pela Record. Longe da televisão e vivendo em Embu das Artes (SP), ela é proprietária da loja Pet da Sil. Mesmo fora da televisão, Silvana Teixeira recebe o carinho do público:

“Eu fico emocionada quando encontro um fã, pois guardo lembranças tão boas de uma época em que fui muito feliz profissionalmente”.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor