Reclusa, mãe de Camila Pitanga deixou a Globo após decepções

12/09/2023 às 17h45

Por: Fabio Marckezini
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A atriz Camila Pitanga

No ar na reprise de Mulheres Apaixonadas, Camila Pitanga raramente mostra sua intimidade ao lado da mãe, Vera Manhães. Recentemente, a atriz postou uma foto beijando a matriarca ao lado de sua filha Antônia, e disse que “quando nasce uma filha, nasce uma mãe e eu sou muito grata por ter essas duas de mim, em mim”.

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A atriz Camila Pitanga (reprodução/Globo)

O que poucos sabem é que Vera já foi atriz e bailarina, e largou a profissão após sofrer várias decepções na carreira.

Talento na dança e na atuação

Vera Manhães em A Moreninha

Vera Manhães em A Moreninha (reprodução/web)

Natural de São Paulo, Vera começou sua carreira na dança, atuando em espetáculos e dando aulas para anônimos e famosos. Na época, Regina Duarte era uma de sua alunas.

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Com toda a repercussão, a bailarina foi convidada para atuar no cinema, fazendo sua estreia como atriz no longa A Morninha (1970). No ano seguinte, ela foi contratada pela Globo e trabalhou em O Cafona (1971).

Após isso, Vera esteve presente em outras produções, como Bandeira 2 (1971), e O Bofe (1973), Jerônimo, o Herói do Sertão (1973) e O Espigão (1974). A atriz foi conquistando seu espaço com seu talento e carisma, e assim foi cotada para ser protagonista de Gabriela (1975).

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Quase Gabriela

Camila Pitanga e sua mãe, Vera Manhães

Camila Pitanga e sua mãe, Vera Manhães (reprodução/web)

Tudo estava certo e a imprensa já tinha anunciado a atriz para ser a protagonista da novela inspirada na obra de Jorge Amado. Mas a direção da Globo acabou vetando o nome de Vera, e a escolhida foi Sônia Braga, que despontava como uma das estrelas da TV e do cinema.

Em entrevista à revista Amiga, em maio de 1975, a atriz desabafou por ter sido excluída da produção.

“Por que não fui Gabriela? Acho que essa pergunta não deve ser feita a mim, mas sim à direção da Globo. Acho Sônia uma excelente atriz e na certa ela conseguirá levar o papel muito bem. O negócio é com a direção. Afinal, de todas as novelas de que participei, sempre fiz papel da empregadinha. Não que eu tenha pretensões de ser uma grande estrela, não. Quero apenas ter as mesmas oportunidades que outras atrizes tiveram. A verdade todo mundo enxerga, menos a direção da Globo”, desabafou.

Na época, ela namorava com o ator Antônio Pitanga, que estava na Tupi e a levou para lá, atuando em Ovelha Negra (1975). Casados, eles tiveram dois filhos: Camila Pitanga e Rocco Pitanga. Ela voltaria para a Globo em 1979, na novela Marron Glacê. Em 1982 atuou em O Homem Proibido e seu último papel na TV foi uma participação em Roque Santeiro (1985).

Vera não recebia muitos convites para atuar. Os poucos que chegavam eram papéis de empregadas e mulheres sensuais. Decepcionada, ela largou a profissão. Em 1986, se separou de Antônio Pitanga e deixou a guarda de seus filhos com ele.

A depressão e a relação com Camila

Camila Pitanga entre sua filha e sua mãe, Vera Manhães

Camila Pitanga entre sua filha e sua mãe, Vera Manhães (reprodução/web)

Ela enfrentou a depressão e fez longos tratamentos psicológicos, com terapias e remédios controlados. Em entrevista à Glamour, em 2017, Camila Pitanga falou de sua relação com a mãe.

“Nunca mais voltei a morar com minha mãe. Entendi que era o possível. Isso me fez amadurecer muito cedo, me deu um senso de responsabilidade, uma coisa que eu tenho muito maternal com meu irmão. Num primeiro momento, eu não contestei. Na adolescência já veio outro questionamento. A mamãe fazia tratamento psiquiátrico, e eu tinha essa utopia de que poderia salvá-la, trazê-la para uma estabilidade. Isso foi uma angústia grande durante muito tempo”, relatou.

A atriz disse que não foi fácil aceitar essa relação com a mãe, mas aos poucos tudo foi ficando claro para ela.

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“Uma característica minha botar a mão na massa, querer resolver as coisas. Acho que foi a primeira vez em que me dei conta de que eu não posso tudo e tudo bem, tudo certo. Não é um fracasso. Foi um processo muito dolorido, mas uma grande lição. A terapia me ajudou a aceitá-la como ela é, a amá-la e também a ver a beleza dessa situação peculiar”.

Vera Manhães tem 73 anos e vive tranquilamente em sua casa, que foi um presente de sua filha.

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