Reclusa e sem família, ex-atriz da Globo teve despedida solitária
01/01/2024 às 9h43
No dia 20 de dezembro de 2019, o Brasil perdeu uma das maiores humoristas da história da televisão brasileira. Estamos falando de Zilda Cardoso, que viveu a inesquecível Dona Catifunda em humorísticos como Escolinha do Professor Raimundo e A Praça é Nossa, além de outros papéis em programas e novelas.
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Longe da televisão desde o início dos anos 2000, ela, que tinha 83 anos, foi encontrada morta por sua cuidadora no seu apartamento, no bairro Santa Cecília, na capital paulista. A atriz estava na cama e não respondeu aos chamados da profissional.
Uma cena compartilhada pelo portal G1, no entanto, chamou a atenção no velório da atriz, realizado no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, em São Paulo (SP).
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Como ela não se casou, não teve filhos e vivia sozinha, pouca gente esteve em seu velório. Nem mesmo seus antigos companheiros da televisão compareceram. O corpo da atriz foi cremado no mesmo local.
Início da carreira
A humorista começou sua carreira no início dos anos 1960, quando teve a oportunidade de substituir a atriz Eloisa Mafalda em um programa de humor da extinta TV Paulista.
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Foi nessa atração que ela criou a personagem que faria até o fim de sua carreira: Catifunda, uma mendiga debochada que sempre fumava charuto e falava “Saravá!”. Logo, ela estaria sentada no banco da Praça da Alegria, ao lado de Manoel de Nóbrega.
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Sucesso no humor e na dramaturgia
A partir disso, Zilda não parou mais e esteve presente em programas que marcaram o humor brasileiro: Noites Cariocas (1967), Show do Dia 7 (1969), Os Trapalhões (1977), Reapertura (1981), A Praça é Nossa (1987), Escolinha do Professor Raimundo (1991), entre outras produções.
A humorista também esteve presente em novelas e uma das personagens que marcou sua trajetória foi a enfermeira Elza, de Meu Bem, Meu Mal. Além disso, ela fez parte do elenco da série Delegacia de Mulheres (1990).
Mas foi com a Catifunda que ela seguiu até o fim de sua carreira. Em meados dos anos 2000, Zilda parou de trabalhar na Praça é Nossa e passou a levar uma vida simples e pacata na região central de São Paulo.
A humorista morava sozinha, recebia a ajuda de uma cuidadora e sempre almoçava ao lado das amigas em uma churrascaria.
O vício no cigarro e o silêncio
No dia 20 de dezembro de 2019, a diarista não recebeu a ligação da patroa e resolveu ir pessoalmente ao apartamento. Ao abrir a porta, ela encontrou Zilda caída no chão, ligou para o Corpo de Bombeiros, que confirmou a morte da humorista.
Em entrevista ao UOL, no dia 20 de dezembro, o investigador Luiz Carlos Vegi afirmou que a Zilda teve morte natural. Porém, o cigarro pode ter sido um dos fatores que levou ao óbito da humorista.
“Fumava três maços de cigarro por dia”, relatou o profissional.