Recentes demissões acendem o sinal vermelho para a Record RS
06/04/2017 às 11h00
A RecordTV RS, emissora que mesmo com pouco tempo de atuação já faz parte do dia-a-dia dos gaúchos, necessita de muita atenção e cuidado.
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A emissora, que é vice-líder de audiência em seus programas locais, passa por um momento muito difícil desde o fim de 2016, quando uma paralisação realizada por vários repórteres e outros funcionários da emissora fez com que o Rio Grande no Ar e o Balanço Geral RS fossem exibidos com matérias de gaveta, do final de semana e com imagens de redes sociais e câmeras de trânsito, sem a participação dos repórteres. O movimento reivindicava melhores condições de trabalho e o fim de casos de assédio.
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Nesse ano, o clima de tensão voltou a tomar conta da emissora, já que, em janeiro, foram demitidos quatro repórteres (Frederico Vilhar, Julio Prestes, Luiz Barbará e Marcus Pena), o cinegrafista Bira Brackmann e a produtora Patrícia Mello, por conta dessa paralisação de 2016, mesmo após promessa da direção de jornalismo de não fazer demissões ou retaliações pela greve.
Alguns meses depois, três repórteres da emissora pediram demissão: Lizandra Ongaratto, uma das principais repórteres da emissora e que fazia entradas ao vivo para o Cidade Alerta, com Marcelo Rezende; Bruno Gerhardt, que veio da RICTV de Maringá para substituir um dos demitidos de janeiro e pediu demissão após pouco mais de um mês de contrato e Fernanda Sampaio, que veio da RecordTV Itapoan, filial da emissora em Salvador, e que também substituía um dos repórteres demitidos.
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Essas demissões deixam uma mancha na história da RecordTV RS no ano de 2017, quando no mês de julho a emissora completa 10 anos de fundação. A RecordTV RS já passou por várias reestruturações desde o início das operações no canal 2, mas mesmo assim continua sendo a filial mais problemática do Grupo Record.
Em julho de 2007, quando a emissora foi inaugurada, muitos investimentos foram feitos, como, por exemplo, a compra de equipamentos de transmissão novos e de última geração, uma newsroom moderna, tendência na época, e a contratação de profissionais de renome, com grande experiência e especialização, dos quais a maioria atuava nas outras quatro emissoras do estado.
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Em setembro de 2008, o Balanço Geral, carro-chefe da emissora, deixou de ser exibido às 13h45 e mudou de horário para o fim da tarde, passando a ser exibido às 17h, sob tentativa de aumentar os baixos índices de audiência do jornalístico apresentado por Alexandre Mota. Já em outubro, exatamente um mês após a troca de horário, o programa voltou a ser exibido na faixa das 13h, já que a tentativa de impulsionar a audiência do Balanço falhou.
Em 2009, a emissora conseguiu fixar-se na vice-liderança, após se consolidar com o Balanço Geral, até hoje apresentado por Mota, que é bastante popular nas regiões mais periféricas e carentes de Porto Alegre e do interior do Estado.
Em 2015, foi a vez de iniciar as transmissões da programação local em alta definição – a emissora contava com sinal digital desde 2009 na capital gaúcha – o primeiro programa exibido em HD foi o Direto da Redação, que viria a sair do ar um mês depois para dar lugar à edição nacional e matinal do Balanço Geral, apresentado por Luiz Bacci. A expansão do sinal digital da RecordTV RS, iniciada em 2016, possibilitou que os telespectadores do interior do Estado pudessem acompanhar a programação da emissora com mais qualidade de som e imagem, fator que atrai audiência e favorece muito a emissora.
Não se pode admitir que uma sequência de demissões e instabilidades permita que seja manchada uma história tão grande como a da emissora que, mesmo jovem, já é de grande importância e relevância, por conseguir enfrentar uma emissora do porte da RBS TV, tradicional no Rio Grande do Sul desde a sua fundação, ocorrida há 54 anos.
A matriz da RecordTV, sediada em São Paulo, juntamente com os bispos que a controlam, deveria ter um olhar mais cuidadoso sob a emissora, trabalhando para que esses episódios indesejáveis deixem de ocorrer e não interfiram na audiência e qualidade dos produtos locais, nos quais os gaúchos e boa parte dos brasileiros confiam muito e certamente lamentariam uma eventual perda.