Quem tem mais de 30 anos, certamente viveu intensamente a febre do videocassete. Durante boa parte dos anos 1980, o equipamento era um artigo de luxo ao qual nem todos tinham acesso e muitas pessoas até recorriam a consórcios para poder comprá-lo.

Com a vinda do Plano Real, a partir de 1994, o acesso ao aparelho expandiu-se e muitas pessoas começaram a desfrutar das vantagens de ver um filme em casa ou gravar seu programa favorito.

Listamos aqui 10 fatos sobre o videocassete que somente quem usou o aparelho vai se lembrar:

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1 – Antes de existirem as locadoras, para assistir a um filme era necessário participar dos videoclubes, nos quais os sócios pagavam uma mensalidade e tinham acesso a diversas produções.

2 – Muitos filmes clássicos eram exibidos na madrugada: Corujão, Classe A, Cine Clube, entre outros. O videocassete se tornou um aliado do cinéfilo que dormia cedo: bastava ajustar o relógio e fazer a programação do dia, hora e canal para gravar o filme ou a atração desejada e conferir quando quisesse.

3 – Dor de cabeça era quando o cabeçote do vídeo sujava. Era dolorido! Essa peça era essencial, pois fazia a leitura da fita e, quando sujava, nem imagem e nem o som saíam na tela da TV. Era necessário abrir o equipamento e limpá-lo com álcool, tomando todo o cuidado possível. Ao longo dos anos, fitas de limpeza foram lançadas, facilitando a vida das pessoas.

4 – Tragédia era quando aquele programa, filme ou show que você gravou era acidentalmente desgravado por alguém. E era ainda pior quando os registros de um casamento, aniversário ou batizado eram apagados. Por este motivo, era muito importante colocar etiquetas de identificação nas fitas, que custavam caro. Muita gente também tirava o lacre que existia no lado esquerdo da fita, impossibilitando regravações. Quem acompanha a série Todo Mundo Odeia o Chris sabe o que é isso, no episódio em que Julius compra um betamax e Tonya acaba gravando desenho por cima de sua novela favorita.

5 – Falando em filmagens caseiras, as câmeras VHS Handycam fizeram muito sucesso nos anos 1990. As fitas usadas eram as denominadas VHS-C: fitas pequenas que funcionavam a pilha e que precisavam de um adaptador para colocar no vídeo cassete. Atualmente, esses adaptadores custam bem caro.

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6 – Além de gravar por cima, havia o medo de perder uma fita por conta do mofo. Todo cuidado era pouco: era necessário rebobiná-la, colocá-la na posição vertical e longe de sol e umidade.

7 – Falando em rebobinar, a multa era salgada caso você não devolvesse a fita no ponto para a locadora. Parece bobagem, mas era um fato importante e o próximo a alugar não era prejudicado.

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8 – Ir na locadora era divertido, mas não era tão simples alugar aquele filme desejado: lançamentos deveriam ser devolvidos em 24 horas e custavam um bom preço no aluguel. E, como as fitas eram caras, havia poucas cópias disponíveis. Muitas vezes, você ficava na mão e tinha que esperar o próximo final de semana para alugá-las. O ato de escolher um filme na locadora é semelhante ao de achar uma produção no streaming: podia levar um bom tempo. A festa acontecia no fim de semana, quando era possível pegar alguns vídeos na sexta e devolver somente na segunda.

9 – Por conta dos valores altos do aluguel das fitas, a pirataria corria solta. Quem tinha dois aparelhos de vídeo conseguia fazer diversas cópias, criando uma locadora caseira.

10 – Era comum ir à banca de jornal e ver revistas que traziam as principais novidades em home video e cinema, como as publicações SET, Vídeo News, Spot, entre outras. Sem contar os famosos guias com indicações do saudoso crítico de cinema Rubens Ewald Filho.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor