Ausente do vídeo desde uma participação nos quatro primeiros capítulos de A Lei do Amor (2016) – e sem atuar em uma novela, do início ao fim, desde Passione (2010) – Gabriela Duarte, enfim, agendou seu retorno: a atriz interpretará a antagonista de Orgulho e Paixão, próximo folhetim das 18h. Julieta, a personagem em questão, é uma mulher intransigente, forçada a casar com o homem que a violentou. O marido falece, deixando-a cheia de dívidas, vulnerável diante da falsa amiga Susana (Alessandra Negrini). Contudo, mesmo pobre, Julieta continua ostentando o título de “rainha do café”.

Desta forma, Gabriela poderá viver um tipo similar ao que quase deu vida em 2004, tempo em que não era rainha, mas imperatriz do café. Explica-se: após dividir o set com sua mãe, Regina Duarte, em Por Amor (1997) e compartilhar a mesma personagem, Chiquinha Gonzaga, na minissérie homônima (1999), Regina e Gabriela se envolveram em um novo projeto em parceria.

Foi a eterna “namoradinha do Brasil” quem levou à direção da Globo a minissérie A Imperatriz do Café, uma adaptação do livro O Lírio e a Quimera, do escritor francês Romaric Büel. Lauro César Muniz, também autor de Chiquinha Gonzaga, responderia pelo texto; Denise Saraceni, pela direção geral. Gabriela e Regina, claro, dividiriam a personagem-título.

A tal imperatriz era uma nobre francesa, Mademoiselle de Miry, que, aos 17 anos, apaixona-se por um fazendeiro brasileiro que está em Paris (justamente no período da queda da monarquia) para fazer negócios. Tempos depois, a mocinha perde os pais e o tio, seu tutor. Ela então empreende uma viagem ao Brasil, onde, recebida por D. Pedro II, debuta nas altas rodas, conquistando respeito, mesmo “distante” e solitária.

A emissora já cogitava gravar boa parte da produção em Vassouras, interior do Rio de Janeiro, onde fazendas de café do período retratado ainda conservavam a arquitetura original. A França, claro, também serviria de cenário. Foi isto que inviabilizou a produção em 2004 – somado ao fato de Denise Saraceni estar então comprometida com a próxima novela das 19h, Da Cor do Pecado.

O país europeu preparava uma série de homenagens para o Brasil em 2005 – a exemplo do que havia feito, em anos anteriores, com o Japão e a Polônia, por exemplo. A Globo esperava, em razão deste evento, conseguir apoio ou parceria para a produção de A Imperatriz do Café. Não rolou. Além disso, havia uma disputa interna pela vaga reservada às minisséries na grade de janeiro a abril.

Maria Adelaide Amaral também havia proposto uma adaptação para faixa e período: O Capitão Mouro, do livro A incrível e fascinante história do Capitão Mouro, de Georges Bourdoukan. Tanto Adelaide, quanto Lauro César – que escrevia em parceria com Rosane Lima – viram suas sinopses engavetadas. O alto custo e o desejo de reverenciar São Paulo pelos seus 450 anos levaram a Globo a desistir das duas produções.

Enquanto Maria Adelaide, em parceria com Alcides Nogueira, escrevia Um Só Coração (2004), Lauro César afivelava as malas rumo à Record TV, onde estreou em 2006, com Cidadão Brasileiro. No ano anterior, Gabriela Duarte foi escalada para América, trama de Glória Perez para a faixa das 21h. Já no mesmo 2006, Regina Duarte viveu sua terceira Helena de Manoel Carlos, em Páginas da Vida, também às 21h.

E não se teve mais notícias de A Imperatriz do Café. A Rainha, contudo, é coisa certa. E chega logo à telinha.


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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.