Você pode até não conhecer a novela, mas certamente já ouviu alguém cantarolar por aí ‘Cadê Zazá, Zazá, Zazá…’. O refrão da música de Rita Lee ecoou ao longo de meses na faixa das 19h da Globo. Era o tema de abertura e das vinhetas de intervalo de Zazá, comédia de Lauro César Muniz, estrelada por Fernanda Montenegro. Com um arsenal de ideias, o autor mobilizou a atenção do público do horário. A trama não foi, propriamente, um estouro de audiência, mas cumpriu seu papel com eficácia – de ruim, o excesso de personagens e os sucessivos esticamentos que sofreu.

Zazá (Fernandona) era apaixonada por aviação. Dizia-se filha de Santos Dumont! E ambicionava lançar um avião atômico, o BR-15. Mas para atingir este objetivo, a excêntrica milionária precisava, antes de tudo, dar um jeito nos seus sete filhos, cujas iniciais dos nomes formavam a escala musical – Dorival (Cecil Thiré), Renata (Fafy Siqueira), Milton (Antonio Calloni), Fabiana (Julia Lemmertz), Solano (Alexandre Borges), Lavínia (Vanessa Lóes) e Silvia (Rachel Ripani). Para encaminhá-los profissionalmente, a zelosa mamãe contrata sete “anjos da guarda”.

O TV História te ajuda a refrescar a memória ou descobrir quem eram os zelosos protetores dos herdeiros de Zazá.

Vítima do preconceito racial e sexual, Isabel (Suely Oliveira) aceitou a tarefa de auxiliar Doc no setor financeiro das empresas de Zazá. O primogênito, além de despreparado, vivia dividido entre a família oficial e a amante Mercedes (Louise Cardoso), sua secretária. Já Isabel só não havia alçado maiores voos na carreira até então por ter sido acusada, injustamente, de aplicar um golpe em seu antigo chefe.

Casada e mãe de um menino, Renata adorava comer! Por conta da gula, resolveu se aventurar na cozinha. Beatriz (Letícia Spiller) foi quem a auxiliou a planejar o menu, executar os pratos e orientar o serviço de seu restaurante. A chef, formada na França, acabou reencontrando seu antigo amor, o industrial Hugo (Marcello Novaes), ao retornar ao Brasil. Os dois haviam tido um filho, que Bia escondia do pai.

Para fazer de Milton, primeiro filho que tivera com o atual marido, Ângelo (Jorge Dória), um cineasta de sucesso, Zazá recrutou o aclamado Roberto (Reginaldo Faria) – o nome, uma referência a Roberto Faria, irmão do ator. Diretor de longas-metragens de êxito nos anos 1960 e 1970, Roberto (o da ficção) padecia com a crise do setor. Durante a trama, se envolveu com Dora (Deborah Secco), sobrinha de seu protegido.

Engenheira aeronáutica, por exigência da mãe, Fabiana contava com o auxílio de Álvaro (Mário Gomes). O rapaz, ambicioso, lutava pelo amor e pelo dinheiro da pupila. Fabiana, porém, só tinha olhos para o namorado Hugo – e, por isto, fez da vida de Beatriz um verdadeiro inferno. Após a morte de Silas (Ney Latorraca), o vilão da história, de quem era muito amiga, a moça se meteu num retiro espiritual no exterior.

O mais preguiçoso dos filhos de Zazá; o único que ainda não havia escolhido uma carreira. Acabou ingressando na política, por influência de sua mentora, Maria Olímpia (Cláudia Ohana), militante nos movimentos de defesa dos direitos humanos e da ecologia. Solano também se engajou numa causa nobre: o auxílio a portadores do vírus HIV, como sua namorada, Jacqueline (Adriana Londoño).

Os projetos da artista plástica se resumiam a objetos fálicos, o que lhe conferia a fama de ninfomaníaca. Obcecada por Vitor (Paulo Gorgulho), seu orientador, e decidida a vingar-se dele – então envolvido com Maria Olímpia – Lavínia expôs os trabalhos do pintor como se fossem seus, deflagrando a “revolta dos anjos”: um movimento dos contratados de Zazá para que o auxílio deles fosse reconhecido publicamente.

A caçula dos Dumont almejava fazer carreira no gramado. Para tal, contou com a assessoria de Pedro (Roberto Bataglin), que, apesar do talento, não conseguiu fazer seu nome no futebol, por conta do temperamento explosivo – tal e qual sua aluna. Os dois acabaram apaixonados. A música-tema de Sisi, ‘É uma partida de futebol’, do Skank, ainda faz sucesso nas paradas de programas esportivos e afins.


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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.