Talvez eu vá ser cancelado por conta dessa coluna? Talvez. Mas fatos são fatos: dificilmente a Globo terá um fenômeno de proporções tão grandiosas como foi Êta Mundo Bom! em sua exibição original, em 2016, e na reapresentação, finalizada há um mês.

Amada por grande parte do público e odiada por outros tantos, a trama de Walcyr Carrasco virou um fenômeno atemporal. Para o destempero dos críticos, que não são os maiores fãs do estilo exagerado do autor, a novela conseguiu agradar quem realmente importa: o sofá.

A novela, que foi escalada para a missão inglória de suceder Avenida Brasil no Vale a Pena Ver de Novo, conseguiu o impossível: ter mais audiência que a tão aguardada volta da trama que parou o país em sua primeira exibição, com direito a longas reportagens especiais no Jornal Nacional.

Êta Mundo Bom!, assim como em sua exibição original, atraiu um público que havia deixado de consumir produtos das emissoras de TV aberta no final de tarde. A novela foi responsável por um crescimento exponencial no número de televisões ligadas, o chamado share, e os demais produtos da Globo sequer acompanharam a tendência.

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Laços de Família, como era óbvio, derrubou os índices deixados pela história do simpático Candinho. A novela continua tendo bons resultados e fechou o seu primeiro mês no ar com 19 pontos de média na Grande São Paulo, um dos melhores resultados do Vale a Pena Ver de Novo na década, e deverá subir com as incontáveis viradas previstas nos próximos capítulos.

Manoel Carlos, porém, dificilmente conseguirá desbancar Walcyr Carrasco. O público que ligou a TV para assistir Eta Mundo Bom! simplesmente voltou a não assistir televisão no horário: a Record e o SBT pouco cresceram com o final da trama.

Diante de tudo isso, a pergunta que fica é: a direção da Globo saberá avaliar os resultados de Laços de Família com base no contexto deixado por suas antecessoras? Afinal de contas, não é todo dia que surge um Candinho ou uma Carminha.

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