Voltou a ficar complicada a situação para os profissionais da TV Jovem Pan. Após inúmeros desligamentos no ano passado, mais colaboradores foram demitidos em uma das semanas mais tensas da emissora neste ano.

Kallyna Sabino
Reprodução / Redes Sociais

Segundo Flávio Ricco, a jornalista Claudia Barthel foi uma das desligadas; ela, que foi contratada no ano passado, estava à frente do Fast News, telejornal que comandava no horário noturno. A profissional também chegou a ancorar o Jornal da Manhã, que migrou do rádio para a televisão.

Além dela, Kallyna Sabino (foto acima) e Camila Abdelmalack engrossaram a lista de dispensas.

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Demissão e gafe

Kallyna Sabino
Reprodução / Twitter

Kallyna Sabino (na foto acima no Jornal da Manhã), que ancorava o noticioso ao lado de Claudia, estava no canal desde 2019; a jornalista veio do SBT e já apresentou o mesmo informativo matutino, além do Pânico.

E, para deixar o clima ainda mais tenso, a emissora cometeu uma gafe. Ainda de acordo com Flávio Ricco, o departamento de recursos humanos do canal enviou um e-mail desejando feliz Dia das Mulheres – celebrado ontem (8) – um dia após demitir as jornalistas. Para piorar a situação, o cartaz comemorativo continha a foto de uma delas: Kallyna.

Perdeu tudo!

Tutinha, da Jovem Pan

As baixas continuam na rede de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha (foto acima). Segundo o Notícias da TV, as medidas objetivam mudar a imagem da empresa, que foi considerada alinhada ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que a fez perder importância, audiência e faturamento.

Por conta de um apoio aberto ao governo anterior, a Jovem Pan foi investigada por incentivar atos golpistas e veiculação de fake news. Vários de seus canais do Youtube perderam a monetização da plataforma por serem considerados uma ameaça a informação.

Por conta disso, desde então a organização deixou de faturar cerca de R$ 1,5 milhão por mês.

Enxurrada de demissões

Augusto Nunes

Para escapar das medidas, o proprietário aplicou uma série de mudanças, como evitar ataques ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao STF.

Várias demissões ocorreram logo em seguida aos resultados das urnas no fim do ano anterior.

Com isso, foram dispensados nomes como Caio Copolla, Augusto Nunes (foto acima), Guilherme Fiúza, Guga Noblat e Carla Cecato, além de Maicon Mendes, no dia 1º de novembro do ano passado, e Cristina Graeml, que pediu demissão no dia 2 por considerar que estava sofrendo censura. Quem ficou, precisou se comportar.

Novos desligamentos em 2023

Jovem Pan - Rodrigo Constantino
Reprodução / Jovem Pan

Após um tempo mais calmo, a estação voltou a aplicar demissões em 16 de janeiro. Saíram Paulo Figueiredo, Zoe Martins e Rodrigo Constantino (foto acima), que estavam na mira do MP.

O primeiro, neto do ditador João Figueiredo, que governou o Brasil entre 1979 e 1985, incentivou bolsonaristas a tentarem tomar o poder e não aceitarem o decidido nas urnas.

Já Zoe defendeu, no ar, no final de dezembro, que as forças armadas tomassem o STF (Supremo Tribunal Federal). Por sua vez, Constantino afirmou um mês antes que os resultados das eleições eram um “malabarismo do Supremo”.

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Perdeu liderança e ibope

Sem as suas principais “estrelas” da direita, a TV experimentou um péssimo momento no ibope, sendo superada pela CNN Brasil. Segundo dados divulgados pelo Natelinha, a sucursal brasileira da rede internacional ocupou a 22ª posição entre os canais mais assistidos em janeiro, à frente da concorrente, que fechou logo atrás, no 23º lugar.

As duas apresentaram o mesmo índice de 0,6 ponto, mas a polêmica emissora perdeu no share, obtendo 0,18%, contra 0,19% da rival.

A Jovem Pan encolheu em números e perdeu posições no território nacional. Na aferição do mês anterior, a companhia havia ficado na 18ª colocação, cinco casas superiores a atual, além de ter registrado 0,8 ponto.

Vale dizer também que a CNN havia perdido por um placar de 0,5, contra 0,9, ficando em 35º lugar, com uma média de 0,4 ponto.

Os dados mostram uma ascensão meteórica tanto individualmente, como em disputa direta com a rede de Tutinha, subindo 0,2 em um mês, com a JP perdendo os mesmos 0,2 no período seguinte.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor