Criada para brecar a Record e seu A Hora da Venenosa, a faixa Edição Especial fortaleceu a liderança da Globo no horário vespertino com os sucessos O Cravo e a Rosa (2000), Chocolate com Pimenta (2003) e Mulheres de Areia (1993).
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No entanto, o atual cartaz, Cheias de Charme (2012), não caiu nas graças do público do horário. O que não deixa de ser uma surpresa, já que a novela de Izabel de Oliveira e Filipe Miguez foi um fenômeno da faixa das 19h há 12 anos.
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Isso deixa claro que não é qualquer novela que funciona no horário. Pensando nisso, listamos abaixo quatro folhetins que, assim como Cheias de Charme, provavelmente não dariam certo no início das tardes da Globo e que seriam “proibidas” de voltar.
Confira:
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Caras & Bocas
Desde que a Edição Especial foi criada, Caras & Bocas (2009) surge como uma opção possível para uma reprise. Porém, a saga do macaco Xico não seria uma garantia de sucesso, por mais que tenha feito muito sucesso no passado.
Isso porque a história de Dafne (Flavia Alessandra) e Gabriel (Malvino Salvador) tem um estilo bem parecido com Cheias de Charme. Ou seja, é uma comédia rasgada, com uma forte pegada nonsense.
Se Cheias de Charme não agradou o público do horário, é pouco provável que Caras & Bocas o faça. Ao que tudo indica, o espectador da faixa prefere romances açucarados ou dramalhões mais fortes.
Outro ponto a ser ressaltado é que Walcyr Carrasco está no Vale a Pena Ver de Novo com Alma Gêmea, então dificilmente a emissora reprisaria duas tramas do mesmo autor ao mesmo tempo.
Quatro por Quatro
Quando Mulheres de Areia registrou bons índices de audiência na Edição Especial, a Globo cogitou outro clássico dos anos 1990 para o horário. Uma das candidatas era Quatro por Quatro (1994), uma das novelas mais queridas da galeria de Carlos Lombardi.
No entanto, a história de Babalu (Letícia Spiller), Abigail (Betty Lago), Auxiliadora (Elizabeth Savalla) e Tatiana (Cristiana Oliveira) tem os dois pés bem fincados no humor. Lombardi é conhecido pela comédia ácida, irônica e cheia de malícia.
Num horário que se fortaleceu com histórias mais “ingênuas”, Quatro por Quatro seria praticamente um tapa na cara do público. Não seria a melhor opção para dar sequência à faixa de reprises.
Uga Uga
Outro clássico de Carlos Lombardi, Uga Uga (2000) elevou a audiência da faixa das 19h da Globo há 24 anos. A saga do indígena Tatuapu (Claudio Heinrich), cheia de ação e reviravoltas, deu o que falar.
Mas, por mais que seja uma novela bem-feita, Uga Uga aposta num humor ainda mais corrosivo do que Quatro por Quatro. É uma comédia rasgada e muito movimentada, cheia de reviravoltas rocambolescas e cenas de ação.
Além disso, a novela abusa de atores com pouca roupa. Os galãs raramente aparecem usando uma camisa – que o diga Humberto Martins e Marcos Pasquim – e, além disso, a trama traz um festival de bumbuns à mostra – a começar pelo derrière de Claudio Heinrich, que passa a novela toda trajando uma tanguinha mínima.
Ou seja, uma escolha ousada demais para o horário…
Cobras & Lagartos
Segunda novela da carreira de João Emanuel Carneiro, Cobras & Lagartos (2006) estancou uma crise de audiência da faixa das 19h da Globo. A novela fez sucesso ao contar a história do engraçado Foguinho (Lázaro Ramos).
Porém, trata-se de uma trama de humor carregado, que aposta muito em situações exageradas e nonsense. Uma fórmula que pode causar estranheza junto ao público da Edição Especial.
Além disso, Cobras & Lagartos não repetiu seu sucesso original quando foi reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, em 2014. Ou seja, não é uma novela à prova de erros.