Quase 100 anos atrás: saiba em que ano se passa Chocolate com Pimenta
08/11/2022 às 14h15
De volta às tardes da Globo, através da faixa Edição Especial, Chocolate com Pimenta (2003) enche os olhos do público com figurinos e cenários de época. Aliás, os folhetins de Walcyr Carrasco às seis sempre prezaram por este gênero…
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O autor ambientou novelas como O Cravo e a Rosa (2000), Alma Gêmea (2005) e Eta Mundo Bom (2016) no início do século XX, entre as décadas de 1920 e 1940. ‘Chocolate’ se passa, a princípio, em 1922, 100 anos atrás.
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Tempo de renovação
A década de 1920 foi uma das mais importantes do século passado. O período ficou marcado pela efervescência cultural no Brasil e no mundo. O estilo art déco dominou a arquitetura. O corte de cabelo curto, à la garçonne, ganhou força entre as mulheres. E danças “sensuais” como o tango e o maxixe se popularizaram.
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Por aqui, a Semana de Arte Moderna, em 1922, marcou um novo tempo na literatura, na pintura e em outros segmentos artísticos.
Nomes como o poeta Mário de Andrade e a pintora Tarsila do Amaral romperam com as normas vigentes até então, arrancando aplausos e vaias da plateia do Teatro Municipal de São Paulo – acontecimento retratado com propriedade na minissérie Um Só Coração (2004), na qual Eliane Giardini (foto) interpretou Tarsila.
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Novela com duas fases
Chocolate com Pimenta compreende dois anos do período em questão. O primeiro, justamente 1922, marca a chegada de Ana Francisca (Mariana Ximenes) à cidade de Ventura, após a morte do pai. Ela envolve-se com Danilo (Murilo Benício), mas, humilhada pelos poderosos da região, decide se afastar de lá.
O casamento de conveniência com Ludovico (Ary Fontoura) leva Aninha para Buenos Aires, Argentina. Na segunda fase, em 1929, ela retorna ao lugarejo em busca de vingança. A heroína decide fechar a fábrica de chocolates do falecido marido, prejudicando a economia local e, consequentemente, todos aqueles que a fizeram sofrer.
Temas sociais
Prática comum nas novelas do autor, pautas sociais também ganharam força em Chocolate com Pimenta. O perigo da automedicação foi exposto através de Lili (Maria Maya), secretária do médico Paulo (Guilherme Piva).
O racismo acabou discutido a partir do romance de Maurício (Victor Pecoraro) e Selma (Juliana Alves). O banqueiro Conde Klaus (Cláudio Corrêa e Castro) reprovou o namoro do neto com uma negra.
Através de Margarido (Osmar Prado), tio de Ana Francisca, Walcyr Carrasco abordou a consciência ecológica. O confeiteiro mantinha um viveiro repleto de pássaros.