Quantidade de horários comprados por igrejas em canais da TV aberta brasileira é cada vez maior; bom ou ruim?

04/07/2017 às 11h00

Por: Douglas Pereira
Imagem PreCarregada

Na semana passada o William Castro trouxe aqui no TV História um levantamento no mínimo assustador sobre os programas de games que podem ser fraudulentos e que vivem marcando presença em vários canais de televisão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Hoje resolvi falar de um assunto que pode ser um pouco mais polêmico, e que vai mais além, os intermináveis horários comprados por igrejas, como é o caso da Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja Mundial do Poder de Deus e por aí vai.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Não estou aqui para questionar a fé e muito menos a crença dos leitores que visitam este site, mas sim para chamar atenção sobre a quantidade de horas que esses programas vêm tomando na TV aberta brasileira.

Citarei como exemplo aqui a Band Minas que “reserva” nada mais nada menos do que ONZE HORAS para exibição de programas com conteúdo religioso, tomando conta de horários importantes da grade como na parte da manhã (6h às 8h) e também na parte da tarde (13h às 15h).

LEIA TAMBÉM:

A RedeTV! não fica atrás nessa conta, são DOZE HORAS direcionadas ao conteúdo de igrejas, sem falar do fim de semana, em que a programação independente toma conta do canal.

E não para por aí, além de comprarem esses horários, varias dessas igrejas citadas acima também arrendam canais por todo Brasil que passam (quase) 24h da mesma coisa, a Ideal TV (ex-MTV) é um exemplo claro disso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como telespectador, e também como jornalista, fico imaginando como a nossa TV aberta está cada vez mais defasada e quebrada. Não quero ficar entrando aqui em méritos econômicos (que afinal, tem parte nessa deterioração das grades de programação), mas acredito que infelizmente estamos em um túnel sem saída.

No início desta coluna mencionei que não estou aqui criticando a religião de ninguém, entretanto, minha opinião é que esse tipo de compra de horário e arrendamento de canais na TV aberta deveria ter uma fiscalização maior por parte da Anatel e/ou Ministério Público.

Acredito que alguns canais, como Band e RedeTV!, deveriam colocar a mão na “consciência”, não no bolso, e pensar no futuro de suas empresas.

DOUGLAS SILVA é formado em jornalismo, trabalhou como produtor e social mídia em rádios e TVs de BH. Ama falar sobre televisão e tem paixão por fotografia e futebol americano. Contatos podem ser feitos pelo Twitter: @uaiteve. Ocupa este espaço às terças


Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.