Dyego Terra

Além do habitual bloco Novelas da Tarde, no ar desde 2010, o SBT criou duas faixas de reprises no ano passado, praticamente jogadas no ar como meros tapa-buracos. Os repetecos de Carrossel e Esmeralda abriram o novo espaço.

Thalía como Marimar em novela de mesmo nome
Thalía como Marimar em novela de mesmo nome (divulgação)

Contrariando os prognósticos, os produtos acabaram sendo a melhor audiência que a faixa exibiu nos últimos tempos entre 12h – 16h, desde a saída de Chaves da programação, e acabaram ficando.

Mas a rede queria mais que os três pontos médios que a maioria dos títulos marcaram e anunciou aos quatro ventos a volta de Rebelde para o horário das 14h15. A história foi pensada para criar uma faixa juvenil ao lado da enésima reprise de Chiquititas, às13h.

Porém, em um horário totalmente equivocado, a trama não conseguiu elevar os índices da faixa. Com isso, a novela já está sendo editada para sair logo do ar. Sendo assim, fica a pergunta: o que o SBT vai colocar no ar no espaço de Rebelde? Marimar (foto acima) poderia ser uma boa opção.

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Correndo contra o tempo

Atrizes de Rebelde
Angelique Boyer (Vick), Anahí (Mia) e Estefanía Villarreal (Celina) em Rebelde (Divulgação / Televisa)

Planejado para ter exibida as suas três temporadas, o folhetim deveria ficar no ar pelo menos até o fim de 2024. Mas a trama está sendo picotada e deve sair do ar bem antes disso. Deste modo, o canal precisa pensar rápido numa substituta, já que o repeteco deve acabar antes mesmo da turnê do grupo RBD chegar ao Brasil, por volta de outubro.

Como o SBT vive uma situação caótica de audiência, qualquer novela colocada no mesmo horário deverá marcar exatamente a mesma coisa que a obra protagonizada pelo sexteto mexicano (ou até menos, a depender do título…).

As únicas chances de ultrapassar essa barreira dos três pontos é escalando um grande clássico da teledramaturgia e apostando novamente no público adulto, já que o infantojuvenil tem duas faixas para eles à noite e mostrou que não está assistindo TV à tarde.

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Novelas coringas para ressuscitar o SBT

Gaby Spanic e Fernando Colunga - A Usurpadora
Gaby Spanic e Fernando Colunga em A Usurpadora (Divulgação / Televisa)

Para isso, a rede tem em seu acervo diversas opções. A trilogia das Marias, no campo das mexicanas, e até uns títulos nacionais.

Entre as importadas, Marimar, que não é exibida há dez anos, nunca decepcionou em nenhuma reprise. A vingança de Bela Aldama (Thalía) é tudo que o canal precisa para enfrentar a concorrência fraca de Mulheres de Areia e o poderoso Balanço Geral da Record.

Outra Maria capaz de duplicar esse teto é Maria do Bairro, a mais bem-sucedida da sequência de Thalía. O embate entre Maria e Soraya (Itatí Cantoral) poderia trazer as donas de casa de volta facilmente. A trama não é transmitida pela emissora desde 2015.

Outro clássico que teria uma vida mais fácil é A Usurpadora. As gêmeas Paola e Paulina, de Gaby Spanic, estão descansando desde 2017, quando encerrou a sua última reprise no SBT. Cabe lembrar que as três produções foram exibidas recentemente no canal Viva, com sucesso.

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Clássicos nacionais

Vanusa Splinder e Patrícia de Sabrit em Pérola Negra
Vanusa Splinder e Patrícia de Sabrit em Pérola Negra (divulgação/SBT)

Do lado nacional, dramas fortes como Marisol, Maria Esperança e Esmeralda, que comprovadamente funcionaram no horário, tem algumas “novelas irmãs”.

Próximas a elas existem Canavial de Paixões (2003) e Fascinação (1998). Ambas são romances água com açúcar que fazem totalmente o gênero preferido do público do horário e estão fora do ar há bastante tempo. O remake mexicano não dá as caras desde 2013. Já a trama escrita por Walcyr Carrasco foi ao ar pela última vez no “longínquo” ano de 2011.

Existem outras produções, como Pérola Negra (1998) e Uma Rosa Com Amor (2010), que trariam leveza ao horário por se tratarem de comédias românticas. Se a hora é de acertar sem riscos, é melhor escolher um coringa entre os mais clássicos para não ter erro.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor