Protagonista de novelas da Globo terminou a vida bem longe da emissora

Dono de importantes papeis na história da teledramaturgia brasileira, Adriano Reys morreu em 20 de novembro de 2011, aos 78 anos.

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Pouca gente sabia, mas o ator não era brasileiro de nascimento. Ele nasceu na cidade do Porto, em Portugal, mas veio cedo para o Brasil.

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Na juventude, chegou a praticar diversos esportes, mas acabou enveredando para a carreira artística, iniciada em 1963, no cinema. Antes disso, se formou em Ciências Contábeis, mas nunca exerceu a profissão.

“Eu era mesmo um garotão de praia e quis conhecer os bastidores do cinema, que era muito ruim naquela época. Passei a frequentar os estúdios e fui chamado para um filme. Não parei mais. A televisão de hoje tem elementos de compensação, inclusive para o teatro, dando prestígio e popularidade ao ator. Confesso, entretanto, que o teatro é a razão maior de minha arte”, explicou o artista ao jornal O Globo em 20 de junho de 1982.

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Estreia na televisão

Após algumas pontas de teleteatros e programas, seu primeiro papel em novelas veio em 1970, em E Nós, Aonde Vamos?, obscura novela da Tupi. Depois de participar de Pigmalião 70, na Globo, foi o protagonista de Bel-Ami, novamente no canal de Assis Chateaubriand.

Depois disso, esteve em Rosa dos Ventos, Os Inocentes, Ídolo de Pano, Ovelha Negra, A Viagem, Papai Coração, O Julgamento, Éramos Seis, O Direito de Nascer e a última novela da emissora, Como Salvar meu Casamento, que saiu do ar antes de ser finalizada.

A partir daí, fez carreira na Globo, estando em Ciranda de Pedra, quando fez um destacado vilão e chegou a ser agredido na rua, Sétimo Sentido, Final Feliz, Amor com Amor se Paga, Ti-Ti-Ti, Vale Tudo, Barriga de Aluguel, Mulheres de Areia e Quatro por Quatro.

Nessa época, teve seus papeis de maior destaque, como o Adriano, de Ti-Ti-Ti, o Renato, de Vale Tudo, o Dr. Álvaro, de Barriga de Aluguel, e o Sampaio, de Mulheres de Areia.

Em 1988, quando fazia Vale Tudo, o ator dizia que se orgulhava do fato de “jamais ter passado mais do que três meses sem trabalhar” em 35 anos de carreira. No entanto, sua participação na telinha começou a diminuir na década seguinte.

Longe da Globo

Após deixar a Globo, Adriano rodou por várias emissoras, como a Band, onde teve uma passagem mal-sucedida na esquecida A Idade da Loba. Em 1997, foi para a Record, onde fez Canoa do Bagre, Do Fundo do Coração e Tiro e Queda. De volta à Globo, fez pequenas participações em Kubanacan e A Lua Me Disse.

Suas duas últimas novelas foram Paixões Proibidas, na Band, em 2006, e Promessas de Amor, em 2009, na Record.

Adriano morreu após ficar 10 dias internado no Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro (RJ), onde tratava um câncer no fígado e no peritônio. Ele teve embolia pulmonar e parada cardíaca.

O ator, que não teve filhos, deixou a esposa, Viviane de Amorim Cantinho, e amava os animais – tinha duas cachorras.

“Vou doar tudo: fotos, vídeos, figurinos e memórias. Quero que chegue à pessoa certa, para produzir uma bela biografia. Ele também amava os animais. Optamos por não ter filhos, mas considerávamos nossos cachorros como família”, explicou a viúva ao jornal O Globo de 21 de novembro de 2011.

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