A polêmica envolvendo a abertura de Tieta, estrelada por Isadora Ribeiro, que foi suprimida pela Globo na atual reprise no Vale a Pena Ver de Novo, não foi a única enfrentada pela emissora.
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Um mês após o lançamento da produção, em setembro de 1989, um videomaker polonês fez barulho ao acusar a vinheta de ser plágio de uma produção sua, o que foi negado veementemente por Hans Donner, responsável pelas aberturas do canal.
“Plágio caracterizado”
Reportagem da Folha de S.Paulo de 17 de setembro de 1989 mostrou que o videomaker polonês Zbig Rybczyński, em entrevista concedida nos Estados Unidos, afirmava que a abertura de Tieta era um “plágio caracterizado” de seu vídeo The Fourth Dimension, feito três anos, em 1986.
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“Não só o efeito usado é o mesmo, como a evolução do tema parece idêntica”, declarou o profissional.
Segundo ele, seu escritório havia sido procurado pela Globo, mas não houve acordo.
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“Eles queriam que eu fizesse a abertura da novela, e se mostraram interessados na técnica utilizada em The Fourth Dimension. Mas não me pareceu nada muito sério. Eles queriam fazer uma coisa parecida, me chamaram, eu não topei, e eles fizeram assim mesmo”, acusou.
Sem processo
Segundo ele, a técnica utilizada em sua produção, que enrola as imagens sobre elas mesmas, demorou 10 anos para ser desenvolvida.
Na mesma reportagem, Rybczyński deixou claro que não conhecia Hans Donner e que não ia processar a Globo pelo ocorrido.
“Processar alguém por plágio implica em um gasto excessivo de tempo, dinheiro e energia. Tenho coisas mais importantes para fazer. Além disso, um processo, como este não vai mudar o mundo”, alegou.
Outro lado
Também à Folha, Hans Donner disse que não considerava a abertura de Tieta um plágio de The Fourth Dimension.
Segundo ele, o efeito do polonês foi feito em película e o de Tieta, em vídeo. Além disso, declarou que Rybcynski foi convidado para vir ao Brasil, mas “esnobou” a Globo, exigindo que o trabalho fosse feito nos Estados Unidos, pelo valor de US$ 130 mil.
Donner também disse que ele mesmo já havia sido vítima da mesma coisa em canais do exterior.
“O Boni já quis processar emissoras estrangeiras porque copiam nosso visual. Uma emissora no Canadá usa logotipo como o do Jornal Nacional. A gente recebe influências do mundo inteiro. Em toda a América do Sul copiam as nossas vinhetas”, pontuou.
“O trabalho dele não chega aos pés do nosso em termos de estética. No vídeo dele, tem um casal que se transforma em rocha, dentro de um cenário. Em Tieta, reproduzimos a luz natural do ambiente. Nossa idéia é uma mulher se transformando em natureza”, completou.