1 – Apesar do medo de muitos, a criançada queria participar do quadro A Porta dos Desesperados, do programa de Sérgio Mallandro no SBT. Um felizardo (ou não) subia ao palco e escolhia uma das três portas. Apenas uma delas continha um prêmio, geralmente um brinquedo ou bicicleta. As outras duas continham elementos como monstros e gorilas, que perseguiam os coitados. O apresentador fazia de tudo para a criança trocar a porta e, às vezes, se trocava o certo pelo duvidoso. Outra atração de Mallandro que fazia muito sucesso era quando ele se transformava no Goleiro Mallandrovsky. Na competição de pênaltis, que tinha um juiz anão que brigava com todo mundo, dois times com três crianças cada faziam as cobranças e brigavam contra a catimba do goleirão, que fazia de tudo para atrapalhar os jogadores.

2 – As crianças também adoravam, é claro, o Xou da Xuxa, querendo participar das brincadeiras, de quadros como Bobeou Dançou e conferindo os personagens como as Paquitas, que muitas garotas sonhavam em ser, os Paquitos, o Moderninho, o Dengue, o Praga e o cãozinho Xuxo, entre outros.

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3 – Todo mundo já sabia antecipadamente quais desenhos seriam exibidos – eram os bons e velhos Pica-Pau, Pernalonga, Tom e Jerry, Corrida Maluca, Scooby-Doo, Smurfs, e muitos outros, mas ninguém enjoava. Pelo contrário, curtia numa boa. Outros desenhos que faziam muito sucesso eram Caverna do Dragão, que ninguém conhece o final até hoje, Thundercats e He-Man, que virou febre nacional ainda nos anos 1980.

4 – Um programa que fez muito sucesso na década era a TV Colosso. Além dos desenhos maneiros de sempre, a turminha comandada pela Priscila era muito legal. Tinha o Gilmar, o JF, o Capachão e muitos outros. E, claro, na hora do almoço, quando muita gente chegava ou ia para a escola, lá estava o chef anunciando o almoço e sendo atropelado pelos companheiros caninos.

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5 – Na melhor fase da história da TV Cultura, eram muitas opções, sempre de qualidade. Primeiramente, o Rá-Tim-Bum e seus quadros malucos, que ensinavam as crianças através de músicas e muita animação. Apesar disso, alguns pequeninos tinham medo de personagens como o Professor Tibúrcio, vivido por Marcelo Tas.

6 – Outro grande sucesso da emissora foi o Mundo da Lua, que contava as histórias de Lucas Silva e Silva e sua família, composta por tipos queridos como o Vô Orlando (Gianfrancesco Guarnieri). Difícil imaginar alguém que via a produção e nunca tirou um bom ensinamento dela, além de curtir as tramas imaginadas por Lucas em seu icônico gravador. E todo mundo morria de vontade de jogar o jogo do Blixto no videogame.

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7 – Além de outros sucessos, como X-Tudo, com o saudoso Gérson de Abreu (que depois fez o Agente G na Record), e Glub Glub, a Cultura lançou, a partir de 1994, o Castelo Rá-Tim-Bum. Mais um estouro da emissora pública, premiado em diversos países. A criançada adorava o Nino e seus companheiros Pedro, Biba e Zeca, além de personagens memoráveis, como o Dr. Victor, a Morgana, o Dr. Abobrinha, a cobra Celeste e o ratinho que tomava banho, entre outros.

8 – As crianças dos anos 1990 também gostavam da Mariane, que comandou um programa que levava seu nome no SBT, entre 1990 e 1991, e foi dispensada por Silvio Santos após cortar o cabelo, e, depois, a partir de 1993, a Casa da Angélica, que a esposa de Luciano Huck foi comandar na emissora. Antes disso, ela podia ser vista em atrações como Clube da Criança e Milk Shake, na Manchete. Ainda no SBT, outros destaques eram a Mara Maravilha, com seu Show Maravilha, a Eliana, que comandou por muito tempo o Bom Dia & Cia., e a Vovó Mafalda, que apresentava os desenhos diretamente do seu sítio.

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9 – Evidentemente, por falar em SBT, existia uma overdose de Chaves e Chapolin na televisão. A atração mexicana podia ser vista nos mais variados dias e horários, inclusive no período nobre, incomodando as novelas da Globo, nos primeiros anos da década. Quem estudava pela manhã, se lembra de chegar da escola e acompanhar as duas séries no canal, quase sempre emendando com o Cinema em Casa na sequência.

10 – Para completar, a Manchete vivia em crise, e quem gostava disso eram os apaixonados por séries japonesas, como Jaspion, Jiraya e muitas outras. Cada vez que dava um problema no canal da família Bloch, lá iam as produções para o horário, quase sempre garantindo boa audiência.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor