Se preparando para estrear na Band em 2022, Fausto Silva ficou marcado por soltar todo tipo de bordão em seus programas, como o Perdidos na Noite e o Domingão do Faustão.

Fausto Silva

Expressões como “concertos para a juventude”, “reclames do plim plim” e “sócio do perdidos”, entre outras, são rotineiramente ditas pelo apresentador, de acordo com as atrações apresentadas. Mas muita gente não conhece – ou não se lembra – a origem dessas expressões.

Em um de seus famosos bordões no Domingão, Faustão usava outro programa como referência. Quando anunciava algum artista ou banda, o apresentador costumava citar “concertos para a juventude”.

Esse foi o nome de uma atração exibida pela própria Globo nas manhãs de domingo entre 24 de outubro de 1965 e 30 de dezembro de 1984 – terminava, portanto, há 37 anos.

Concertos para a Juventude

De acordo com o projeto Memória Globo, o programa “tinha como objetivo romper as barreiras entre a música erudita e o grande público, e consistia na exibição de pequenos concertos didáticos ao vivo. Posteriormente, passou a apresentar obras completas dos grandes mestres da música clássica”.

Durante sua existência, também foram produzidos programas especiais sobre a cultura do Brasil, abordando grupos folclóricos e regionais, além da realização dos mais inúmeros concursos, como o I Concurso Nacional de Coreografia (1974), o I Concurso Nacional de Jovens Instrumentistas (1977) e o I Concurso Nacional de Bandas de Música (1977).

Concertos para a Juventude chegou a ser apontada pela UNESCO como programa modelo para divulgação da música clássica.

Reclames do plim plim

Borjalo

Desde a estreia do Domingão, em março de 1989, quando Faustão chamava os comerciais geralmente falava sobre os “reclames do plim plim”.

Essa é fácil de matar: antigamente se chamavam os anúncios de reclames – os mais velhos provavelmente chamam assim até hoje.

E “plim plim” é a vinheta característica para identificar a Globo, criada em 1971 por Mauro Borja Lopes, o Borjalo (foto acima), a pedido de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.

A vinheta marca, até hoje, a passagem de ida e de volta dos intervalos comerciais em filmes e séries, apesar de já ter sido mais utilizada nos anos 1980 e 1990.

Boni queria algum ruído que pudesse ser ouvido a quadras de distância e que fizesse a família voltar para a frente da TV após os intervalos. Nos anos 1970, o plim plim era ouvido em praticamente todas as ruas das cidades, dada a hegemonia global.

O aviso também ajudava as afiliadas a entrarem juntas no intervalo comercial – antes, isso era coordenado por precárias ligações telefônicas.

Esse bordão, evidentemente, não será utilizado no retorno do apresentador à Band.

Sócio do Perdidos

Perdidos na Noite

“Fulano era sócio do Perdidos”. Quase todo domingo, Faustão soltava uma dessas durante o Domingão. Em quadros como o Ding Dong, que resgatava artistas que fizeram sucesso em décadas passadas, o bordão era recorrente.

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Se alguém era “sócio do Perdidos”, significa que essa pessoa participava com frequência do Perdidos na Noite, célebre programa que Fausto Silva comandou na Gazeta, Record, e principalmente, na Band, nas noites de sábado, durante boa parte da década de 1980.

A cultuada atração, que tinha baixo orçamento e era satirizada pelo próprio apresentador, recebia grandes nomes da música brasileira, desde roqueiros até sambistas, tinha convidados especiais, humoristas e foi mostrado para a todo o Brasil pela Band entre 1986 e 1988.

Quem sabe faz ao vivo

Faustão e Fafá de Belém

Outra expressão utilizada por Faustão surgiu na época do Perdidos na Noite: “quem sabe faz ao vivo”.

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Na atração, ele recebia convidados dos mais variados gêneros musicais e, muitas vezes, desafiava os artistas a cantarem músicas sem aviso prévio.

Os pedidos geralmente eram atendidos e o apresentador disparava o bordão, utilizado até os dias de hoje.

Portanto, a expressão é mais uma herança do Perdidos na Noite que foi levada para o Domingão do Faustão.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor