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Processo milionário: autora alega salário menor na Globo por ser mulher

Giovanna Antonelli e Luís Melo em Sol Nascente

Giovanna Antonelli e Luís Melo em Sol Nascente

Colaboradora em novelas como Araguaia (2010) e Sol Nascente (2016, foto abaixo), ambas de Walther Negrão, Jackie Vellego entrou com uma ação judicial contra a Globo. Ela alega ter recebido menos do que os colegas de função apenas por ser mulher.

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Jackie foi contratada da emissora entre 1994 e 2017. Agora, ela reivindica a reposição salarial referente ao período em que trabalhou com Negrão, em três folhetins para a faixa das seis.

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Mesmo trabalho, salário menor

De acordo com o portal Notícias da TV, Jackie Vellego está pleiteando reparação salarial por conta de seu trabalho nas equipes de Como Uma Onda (2004, foto abaixo), Araguaia e Sol Nascente. Ela pede R$ 2,1 milhões de indenização.

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Nos autos do processo, que corre na 33ª Vara de Trabalho do Rio de Janeiro, a profissional alega ter denunciado a empresa após saber que ganhava menos do que um colega de equipe por ser mulher. Os dois desempenhavam a mesma função.

Jackie e Fausto Galvão estiveram juntos nos três folhetins em questão. Ambos auxiliavam Walther Negrão, o autor principal, na elaboração de capítulos. Porém, ela, de fato recebia menos.

O outro lado

A Globo afirma que as diferenças salariais se deram apenas por Fausto ter mais experiência do que a colega. Ele colaborou em tramas das nove, diferente de Jackie Vellego, restrita às faixas das seis e das sete.

Fausto Galvão esteve ao lado de Manoel Carlos em Laços de Família (2000), Mulheres Apaixonadas (2003) e Páginas da Vida (2006). Também fez A Favorita (2008), com João Emanuel Carneiro, atualmente em reprise no Vale a Pena Ver de Novo.

Enquanto isso, além dos títulos em parceria com Negrão, Jackie escreveu apenas Lado a Lado (2012), com Cláudia Lage e João Ximenes Braga, e I Love Paraisópolis (2015), de Alcides Nogueira e Mário Teixeira, às seis e às sete, respectivamente.

A defesa

Em sua defesa, a roteirista alega que a função exercida por ela e por Fausto em Como Uma Onda, Araguaia (foto) e Sol Nascente era idêntica, o que implica em remunerações iguais.

“A função do autor-roteirista é auxiliar à do autor principal, escrevendo cenas e diálogos, criando ou adaptando textos preexistentes, de sua autoria ou não, para o fim de utilização nos produtos da reclamada, mormente produções audiovisuais a serem exibidas na TV aberta”, afirma.

A Justiça, de fato, comprovou que Jackie Vellego ganhava praticamente metade do que Fausto Galvão recebia.

Processo segue

Em primeira instância, a juíza Karen Pinzon Blaskoski certificou a diferença salarial, mas autorizou apenas a equiparação referente ao trabalho em Sol Nascente (foto), já que as outras duas passaram do prazo de contestação.

Ela entendeu, no entanto, que não há provas de que a Globo discriminou Jackie por ela ser mulher, dando a ela rendimentos menores.

“Não foi produzida nenhuma prova de que a diferença salarial tenha se dado por ser a autora mulher e tampouco foi identificado nos autos qualquer indício de política discriminatória por parte da reclamada”, sentenciou.

A Globo foi condenada a pagar a diferença observada em Sol Nascente, além dos gastos da autora com o processo. A quantia gira em torno de R$ 700 mil. A emissora e a roteirista recorreram e o processo seguiu para a segunda instância, à espera de julgamento.

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