Depois de enfrentar problemas com o uso do nome A Dona do Pedaço (2019), a Globo está sendo acionada na Justiça por utilizar a marca Elas Por Elas em sua nova novela das seis. Apesar de ser pouco provável, uma derrota poderia obrigar o canal a mudar tudo na produção.

Deborah Secco como Lara em Elas por Elas
Deborah Secco como Lara em Elas por Elas (Reprodução / Globo)

Uma entidade localizada no interior de Minas Gerais alega que é detentora do direito de explorar a marca desde 2003 e decidiu processar a emissora por utilização indevida.

A Associação Cultural Elas Por Elas afirma ser dona da nomenclatura junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) há 20 anos, quando registrou o título em razão do mesmo não estar sob o poder de nenhuma outra empresa.

Segundo a Folha de S.Paulo, a instituição que promove eventos e cursos de artes cênicas na cidade de Barbacena acredita que o canal estaria usando o nome de sua empresa indevidamente para batizar a obra escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson.

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Elas por Elas vai mudar de nome?

Cassiano Gabus Mendes
Cassiano Gabus Mendes, autor de Elas por Elas (Reprodução / Facebook)

Ocorre que a Globo registrou a marca em 1982, ano em que produziu a versão original do folhetim escrito por Cassiano Gabus Mendes (foto acima).

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O que a organização alega é que a estação carioca deixou de renovar os direitos do título, que passou a estar disponível para uso e desde o início dos anos 2000 foi registrado por eles.

Ainda de acordo com a Folha, a empresa já entrou com uma ação com o objetivo de obter uma liminar na Justiça e impedir que a Globo siga utilizando o nome na novela.

O processo, inclusive, corre desde o último dia 25 de setembro, data da estreia do reboot na emissora carioca. Ele tramita na 1ª Vara Cível da Comarca de Barbacena, estando vinculada ao TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais).

A Globo não se pronunciou e ainda não se sabe o que a emissora vai fazer caso não possa usar a marca na novela.

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Globo perdeu outro nome de novela

Leandro Mila e Débora Falabella em Terra e Paixão
Leandro Mila e Débora Falabella em Terra e Paixão (Divulgação / Globo)

Esse não foi o único título que a Globo perdeu nos últimos tantos. O setor responsável por realizar a renovação das marcas junto ao INPI simplesmente “papou mosca” e, segundo o jornalista Ricardo Feltrin, a emissora também perdeu o nome Bambolê, título do folhetim de 1987 escrito por Daniel Más.

Vale dizer que a atual novela das nove, Terra e Paixão, iria se chamar Terra Vermelha, mas a líder de audiência não conseguiu registrar o nome pedido por Walcyr Carrasco, que já tinha dono.

Algo parecido poderá ocorrer com Renascer, novela de 1993 que ganhará nova versão em 2024. Atualmente, a marca pertence aos bispos Estevam e Sônia Hernandes, batizando sua rede de igrejas evangélicas.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor