Agnaldo Timóteo faleceu em 2021, vítima de complicações da Covid-19 e, desde então, a sua herança tem sido motivo de confusão entre seus familiares. Sobrou até para o advogado do cantor, que foi acusado de estelionato após declarar que a vontade do artista em relação à repartição de seus bens deveria ser respeitada.

Enquanto não tem solução, a divisão do espólio do cantor segue paralisada. Com isso, sua mansão localizada no Rio de Janeiro está se deteriorando por falta de cuidados.

Repartição de bens

Agnaldo Timóteo

Em documento deixado pelo artista e divulgado pelo jornal Extra, 50% de sua fortuna deve ser destinada para sua filha adotiva, Keyty Evelyn. A outra metade deverá ser dividida entre os familiares restantes.

Timóteo deixou três apartamentos no Rio, uma pizzaria e um imóvel em São Paulo, além da mansão avaliada em R$ 16 milhões. Além disso, o cantor também deixou direitos autorais de 75% dos lucros gerados pela sua extensa discografia.

Família contesta validade de testamento

O imbróglio, segundo apurou e divulgou o Notícias da TV, envolve a família do artista. Os familiares alegam confusão mental de Agnaldo quando ele escreveu o documento repartindo a herança. Eles contestam, ainda, os direitos da jovem herdeira, que foi distratada e apontada, devido ao fato de ser adotiva, como não pertencente à família.

No programa Balanço Geral SP, o apresentador Geraldo Luís visitou a mansão do artista e conversou com o advogado do cantor, Sidnei Lobo Pedroso, que enviou um recado destinado à família do cliente.

“Gostaria de apelar para os herdeiros legatários que a gente faça uma composição amigável. O Agnaldo deixou bastante e devemos respeitar a vontade dele, que foi sacramentada no testamento. Se der para dividir em partes iguais, um apartamento vai para um, outro vai para outro”, argumentou em entrevista.

“É uma tentativa de os próprios irmãos biológicos não respeitarem a vontade do Agnaldo. Inclusive, juntaram um documento que não tem validade jurídica nenhuma, que foi uma declaração de um médico que sequer tem data de emissão. Ela, Ruthinete, pediu, através de um advogado, para ser inventariante. O Tribunal de Justiça [do Rio de Janeiro] já negou a liminar”, contou Pedroso ao Notícias da TV.

Além disso, Maria do Rosário, governanta da casa onde morava o artista, ainda não recebeu os seus direitos após a sua demissão com a morte de Agnaldo. Segundo ela, que não saiu da casa para evitar que Keyty ficasse sozinha, ambas acabaram passando necessidades no lugar, que hoje em dia conta com a presença de um segurança para evitar invasões no local.

Problema na divisão de bens

Em meio a tantos problemas já citados, a partilha de bens precisou ser paralisada também por causa do reconhecimento da paternidade de Evelyn. A jovem de 15 anos – que vivia com ele desde os dois – não era registrada oficialmente. Ela teve o seu registro realizado quatro meses depois da morte do pai.

Além da filha, os outros parentes que figuram no documento deixado pelo cantor são: Damião Sá da Silva, sobrinho do artista e conhecido como Timotinho, Marcelo de Souza Vasconcellos e Márcio de Souza Vasconcellos, afilhados e os irmãos de Agnaldo, Rutnete, Cícero Thimoteo Pereira e Maria do Carmo.

Condições da mansão e intensão de venda

Enquanto a herança não é repartida em razão dos problemas apresentados, a mansão do artista segue se deteriorando. Geraldo Luís, em reportagem, mostrou os cômodos da casa que padecem da falta de manutenção.

A residência apresenta dois andares, área externa com piscina, garagem para inúmeros veículos, academia, sala de jogos, diversos quartos e banheiros, além de sala de estar e de jantar.

Na filmagem feita pela equipe da Record, podem ser vistos alguns móveis rasgados e sofrendo com a ação do tempo, além de rachaduras na parede, que perdem cada vez mais a tinta e possuem a presença de mofo e infiltrações de água. Além disso o espaço possui janelas quebradas e roupas abandonadas.

A família do intérprete deseja que o imóvel seja vendido para que o valor seja repartido entre todos os beneficiários, mas acontece que a casa, segundo informou o portal de notícias, está incluída nos 50% destinados a filha do artista.

Já o advogado gostaria que o local fosse reformado e transformado em uma pousada em homenagem ao cantor. Contudo, a partilha segue parada na Justiça.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor