Prisão de ator coloca próxima novela da Globo em enrascada

16/09/2022 às 19h15

Por: Redação
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Preso nesta quinta-feira (15) por armazenar imagens de pornografia infantil e suspeita de abuso contra um menino de 12 anos, o ator José Dumont (na foto abaixo, com Roberto Bonfim em Nos Tempos do Imperador) acabou perdendo o papel em Todas as Flores, novela Original Globoplay, e colocou a emissora numa enrascada.

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Galo, o personagem reservado para José na trama de João Emanuel Carneiro, é um aliciador de menores. Ele abriga crianças no ônibus inutilizado onde mora, desde que elas paguem pela estadia. Para arcar com tal despesa, os pequenos pedem esmolas.

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Figura do mal

Todas as Flores

Galo também atua com a vilã Zoé (Regina Casé), de quem foi mentor. Os dois integram a rede de tráfico humano que “abastece” uma fazenda, onde os funcionários são submetidos a condições análogas à escravidão.

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O tipo remete ao Nilo (José de Abreu) de Avenida Brasil, também criado por João Emanuel. No clássico de 2012, o bandido colocava menores para trabalhar em um lixão; os que davam a sorte de escapar eram acolhidos por Mãe Lucinda (Vera Holtz).

Nilo também mantinha ligações com a grande vilã do folhetim, Carminha (Adriana Esteves). Porém, diferente de Galo e Zoé, os dois se tratavam com desdém. Entre os novos personagens, há carinho e respeito.

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Mudança

Curiosamente, o papel em Todas as Flores estava reservado para outro ator. Tonico Pereira foi escalado para Globo quando a sinopse ainda era cotada para a vaga de Pantanal, às nove.

Com alterações de calendário decorrentes da pandemia de Covid-19, Tonico deixou o projeto, sendo substituído por José Dumont. Tempos depois, a novela mudou de plataforma, deixando a TV aberta para se tornar a primeira produção do gênero Original Globoplay – Verdades Secretas 2 (2021) foi spin-off de um produto televisivo.

Ainda não se sabe se, com a saída de José, o primeiro intérprete poderá retomar o papel. A Globo informou apenas que, “diante dos fatos noticiados”, tirou Dumont do folhetim. Pega de surpresa, a emissora corre para definir o substituto, já que o ator havia, inclusive, gravado algumas cenas.

“A suspeição de pedofilia é grave. Nenhum comportamento abusivo e criminoso é tolerado pela empresa, ainda que ocorra na vida pessoal dos contratados e de terceiros que com ela tenham qualquer relação”, informou, salientando que o ator era contratado por “obra certa”.

Carreira

América

Natural de Bananeiras, Paraíba, José Dumont tem 72 anos e um extenso currículo na TV, no cinema e no teatro. Em 1981, ele protagonizou o especial Morte e Vida Severina, que garantiu o primeiro Emmy Internacional para a Globo.

Na mesma emissora, passou por sucessos como Bandidos da Falange (1983), Padre Cícero (1984), Grande Sertão: Veredas (1985), Terra Nostra (1999) e América (2005). Seu último trabalho na casa foi em Nos Tempos do Imperador (2021).

Ele também marcou presença em produções da Manchete, como Pantanal (1990), e da Record, onde foi contratado fixo por mais de 10 anos, atuando em Caminhos do Coração (2007), Ribeirão do Tempo (2010) e Milagres de Jesus (2014).

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