O público que acompanha Pantanal tem ficado cada vez com mais raiva do vilão Tenório, vivido por Murilo Benicio. Na primeira versão da trama, as maldades eram as mesmas, mas outro grande ator apareceu em cena: Antônio Petrin.

Pantanal

No entanto, recentemente ele se recusou a falar sobre o papel que marcou definitivamente sua carreira. Atendendo contato com site Notícias da TV, Petrin simplesmente declarou:

“Não tenho nenhum interesse em falar sobre Pantanal”.

A atitude, no entanto, pode ser considerada como normal, já que Petrin sempre teve uma vida pessoal bastante discreta. Natural de Laranjal Paulista (SP), o ator começou sua carreira cedo, quando atuou em peças religiosas e comédias na cidade de Santo André (SP).

Malu Mulher

Mas só foi em 1967 que ele se formou na Escola de Arte Dramática (EAD) e começou a atuar de forma profissional. Seu primeiro trabalho na televisão foi na série 22-2000 Cidade Aberta, exibido pela Globo em 1965.

Depois de sua estreia, o ator participou de inúmeros trabalhos no teatro e na televisão, como Malu Mulher (1979), Ninho da Serpente (1982), Vida Roubada (1983), Anarquistas, Graças a Deus (1984) e Vida Nova (1988), entre outras produções.

O terror de Maria Bruaca

Pantanal

Mas foi em 1990 que ele interpretou o personagem que o consagrou definitivamente na televisão. O vilão Tenório foi um dos destaques de Pantanal, mostrando todo talento e a versatilidade de Petrin.

“Confesso que às vezes me aborreço, pois ele só faz se envolver mais e mais com a pior parte do ser humano, sempre complicando a si mesmo e as pessoas que estão à sua volta. Na tragédia grega, ele é o personagem que não tem a medida das coisas, que vai avançando para dentro dos problemas e se perdendo neles”, contou o ator, na época, ao O Globo.

Na entrevista, ele concordou com os telespectadores que almejavam um final trágico para o personagem.

“Não sou a favor da pena de morte, porque, além da possibilidade de se cometer injustiças, só Deus tem o direito de dar e tirar a vida. Mas o Tenório tem que morrer para pagar seus pecados, que foram muitos. E seria sensacional, glorioso mesmo, se ele fosse levado pela sucuri”, completou.

Antonio Petrin

Petrin ainda contou o que classificou como um dos momentos mais felizes dos bastidores de Pantanal: atendendo aos pedidos dos locais, ele encenou ali mesmo, no meio do mato, o monólogo A última gravação, de Samuel Beckett.

“Foi um momento mágico, principalmente por parte dos peões, que nunca tinham visto nada parecido. A natureza também se manifestou. Quando disse a frase “mais de meia-noite… nunca senti tamanho silêncio”, ouvimos um cavalo relinchar ao longe. E depois me contaram que, enquanto eu representava, um enorme sapo passava tranquilamente pelos meus pés. Foi inesquecível”, concluiu.

Logo depois do sucesso de Pantanal, Petrin fez outros trabalhos na Globo, Manchete, SBT e Record. Éramos Seis (1994), Tocaia Grande (1995), Corpo Dourado (1997), Esperança (2002), Essas Mulheres (2005), Revelação (2008) e Em Família (2014) foram algumas das produções de sucesso nas quais o ator esteve presente.

Atualmente com 83 anos, Petrin está longe da televisão desde 2016, quando atuou em Escrava Mãe, da Record.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor