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Primeira edição do Melhores do Ano com Huck teve algumas injustiças

Luciano Huck

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O Melhores do Ano foi ao ar no último domingo, dia 2 de janeiro, após um hiato por conta da pandemia do novo coronavírus. Porém, a volta da premiação das Globo também marca a primeira edição sem a apresentação de Faustão, após 24 edições, que saiu no meio do ano passado de uma forma nada amistosa da emissora.

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Luciano Huck, que assumiu o Domingão, ficou com a função que era de Fausto. Novas categorias também foram criadas, mas o conjunto basicamente permaneceu o mesmo.

Entre as novidades da premiação, está uma homenagem que Huck prestou a três brasileiros que fazem diferença em suas comunidades ajudando os outros através de iniciativas e projetos inclusivos.

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O momento é chamado de Inspiração. Os agraciados foram Maria Odila, Dona Cida e Ricardo Ferreira. É aquele DNA de político que Huck insiste em ter, mesmo após a desistência de sua candidatura para a Presidência da República, ao menos até cogitar a hipótese novamente. Ainda assim, foram bonitas homenagens.

Troféu Paulo Gustavo

Mas, voltando ao que realmente interessa, os vencedores das categorias, é preciso elogiar a criação do Troféu Paulo Gustavo. O nome foi dado na categoria Humor, que já existia, mas agora presta uma justa homenagem a um dos maiores humoristas do país, que faleceu ano passado, vítima da covid-19 e consequentemente do atraso das vacinas.

Os indicados foram Tatá Werneck, Marcelo Adnet e Fábio Porchat. Os três eram muito amigos de Paulo, mas a vitória de Tatá primou pela justiça. A humorista fez mais uma temporada impagável do Lady Night, no Multishow, e sofreu muito com a partida de seu irmão do coração. Bonito demais vê-la recebendo o troféu e discursando a favor da arte e da cultura.

Outra categoria nova foi a de Personalidade Digital. Ary Fontoura, Átila Iamarino e Juliette disputaram. Ary vem produzindo muito conteúdo para a internet e tem surpreendido com vídeos divertidos. O biólogo Átila foi e tem sido de suma importância com seus vídeos e informações sobre a Covid-19. Já Juliette virou um fenômeno das redes com mais de 33 milhões de seguidores em seu Instagram. A categoria pareceu até criada para premiá-la. O que de fato aconteceu. A campeã do BBB 21 estava linda e mereceu o prêmio.

Injustiças

O troféu de Melhor Novela também foi uma novidade da edição. Amor de Mãe, Salve-se Quem Puder e Nos Tempos do Imperador disputaram. A novela de Manuela Dias venceu, mas não merecia. Deveria ter perdido, assim como perdeu o Emmy Internacional. A trama teve vários equívocos e se não fosse por Lurdes (Regina Casé) não seria lembrada.

A maior merecedora não foi indicada: o primoroso remake de Éramos Seis, adaptado por Ângela Chaves. Como a premiação foi voltada para algumas produções de 2020, como Sob Pressão – Plantão Covid, a novela protagonizada por Gloria Pires (Dona Lola) merecia ter entrado na lista, pois foi encerrada em março do mesmo ano. A última trama que conseguiu ser finalizada antes da pandemia se instaurar no país.

Adriana Esteves, Jéssica Ellen e Regina Casé disputaram na categoria Melhor Atriz de Novela e Regina Casé levou a melhor. Apesar do show de Adriana e Jéssica em Amor de Mãe, o prêmio tinha mesmo que ser de Regina, que transformou Lurdes em algo muito maior que a novela. Só é uma pena que para a Globo só tenha existido Amor de Mãe para selecionar atrizes.

Novamente, uma pena Éramos Seis ter sido deixada de lado. Gloria Pires merecia um dos lugares na disputa. Já na categoria Melhor Ator de Novela concorreram Chay Suede, Irandhir Santos e Selton Mello. Chay levou pelo seu grande desempenho em Amor de Mãe e foi merecido.

Mas, com todo respeito ao Selton, a vaga de Nos Tempos do Imperador deveria ter sido preenchida por Alexandre Nero, que vem roubando a cena como o vilão Tonico Rocha.

Sob Pressão dominou

Atriz de Série foi a categoria mais justa, tanto na escolha das concorrentes, quanto na vencedora. Cássia Kiss, Letícia Colin e Marjorie Estiano disputaram. Cássia esteve muito bem em Desalma, enquanto Letícia se entregou por completo em Onde Está Meu Coração. Mereceram a indicação. Já Marjorie tinha mesmo que levar por conta de mais um ano brilhante em Sob Pressão. A premiação foi relacionada ao especial de dois episódios Plantão Covid. E a atriz tinha que ganhar somente pela cena emblemática em que Carolina tira a máscara para uma foto de seu crachá, esboça um sorriso sofrido e todas as marcas ficam em seu rosto. Uma profissional que sempre se destaca em cena.

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O grande parceiro de Marjorie foi o vitorioso em Melhor Ator de Série. Júlio Andrade fez jus ao troféu, pois seu desempenho em Sob Pressão – Plantão Covid impressionou. Evandro esteve entre a vida e a morte, logo após ter contraído covid enquanto atendia vários pacientes em um hospital de campanha. O intérprete concorreu com Bruno Mazzeo, pela ótima série Diário de um Confinado, e Marcello Melo Jr. por Arcanjo Renegado.

Já na categoria Jornalismo concorreram Maju Coutinho, Renata Vasconcellos e William Bonner. Renata levou o troféu. Mas, com todo respeito ao talento da jornalista, Maju era mais merecedora por tudo o que tem acontecido com ela. Esteve muito bem no Jornal Hoje e agora migrou para o Fantástico se mantendo segura e desenvolta.

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A categoria Melhor Série foi mais uma novidade da atual edição e Sob Pressão – Plantão Covid saiu vitoriosa. Não tinha como ser diferente. A série, dirigida por Andrucha Waddington e escrita por Lucas Paraizo, é a melhor já produzia pela Globo e terá a quinta temporada exclusiva para a Globoplay em 2022. A produção concorreu com Ilha de Ferro e Arcanjo Renegado, dois produtos medianos.

E como Música do Ano levou ‘Batom de Cereja’, de Israel e Rodolffo, sucesso que estourou com o BBB 21. ‘Recairei’, dos Barões da Pisadinha, e ‘Baby Me Atende’, de Matheus Rezende, foram os concorrentes.

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E o momento mais emocionante foi a linda e triste homenagem aos artistas que se foram com narração de Fernanda Torres. Houve uma junção das perdas de 2020 e 2021, que foram muitas.

O Melhores do Ano manteve sua essência, mesmo com a mudança do apresentador. Aliás, vale elogiar a presença de Paulo Vieira fazendo breves interações com os convidados.

Entre justiças e injustiças, foi um bonito evento. E a Globo acertou ao manter o prêmio. Deveriam também ter mantido o Troféu Mário Lago, que sempre homenageava os os artistas veteranos.

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