RESGATE
Prestes a voltar, novela da Globo teve beijo gay que ninguém lembra
07/11/2024 às 9h44
Uma novela das sete que pouca gente se lembra está prestes a ser resgatada pela Globo. Um Sonho a Mais, exibida entre fevereiro e agosto de 1985, será disponibilizada através do Projeto Resgate do Globoplay, em data a ser anunciada.
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A trama foi estrelada por Ney Latorraca, que interpretou nada menos que cinco personagens, e também contou com estrelas como Marco Nanini e Susana Vieira.
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Qual era a história de Um Sonho a Mais?
Primeira novela do colunista social Daniel Más, a partir de um argumento de Lauro César Muniz, a trama de Um Sonho a Mais era inspirada na peça Volpone, de Ben Jonson. O protagonista era Antonio Carlos Volpone, vivido por Ney Latorraca.
O mocinho era um milionário excêntrico que passou 18 anos longe do Brasil, ao ser acusado de um assassinato que não cometeu. Ao retornar ao país, ele se disfarçava para tentar esclarecer o crime e provar sua inocência.
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Durante a novela, Volpone se desdobrava em quatro identidades distintas: a executiva Anabela Freire, o médico Nilo Peixe, o industrial Augusto Melo Sampaio e o motorista André Silva.
Fiasco?
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O inexperiente autor retratou a sociedade carioca na obra, mas acabou abrindo mão de elementos básicos do folhetim. Um Sonho a Mais não tinha ganchos ao final dos capítulos, por exemplo.
Dessa forma, Um Sonho a Mais estreou bem, mas perdeu muita audiência ao longo das primeiras semanas. Pesquisa realizada pela Globo apontou a rejeição, indicando que o público ignorava os grã-finos citados nos diálogos. Em razão disso, a emissora interveio, afastou Más e entregou a novela para o experiente Muniz.
“Tratou-se de uma decisão empresarial, que nem sequer representou uma troca de autores, pois Lauro César participou da criação da história”, explicou o então diretor-geral da divisão de novelas da Globo, Francisco Mário Sandrim, à revista Veja de 6 de março de 1985.
Beijo histórico
Um Sonho a Mais acabou ficando marcada mesmo pela divertida performance de Ney Latorraca, que pintava e bordava com seus cinco personagens.
Uma das mais lembradas pelo público é Anabela, que chegou a ter “irmãs”, Florisbela (Marco Nanini) e Clarabela (Antonio Pedro). Ela, inclusive, chegou a se casar na história.
A “brincadeira”, inclusive, desagradou a censura, que orientou a Globo a reduzir o espaço dos personagens na novela. Os militares acusaram Um Sonho a Mais de fazer “propagadora da homossexualidade e da transexualidade”, de acordo com documentos da época.