A Rede Globo foi condenada a pagar R$ 3,2 milhões de indenização para seu ex-cinegrafista Cleber Schettini do Rosário, que trabalhou na emissora durante 46 anos.
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Após deixar o canal, em fevereiro de 2018, o profissional entrou com uma ação pedindo horas extras e outros direitos trabalhista referentes ao tempo de trabalho na empresa, que já foi condenada em duas instâncias.
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De acordo com detalhes do processo, obtidos pelo site Notícias da TV, a defesa do cinegrafista alegou que ele fazia horas extras e tinha jornada noturna, aos domingos, mas que não recebia os pagamentos totais pelo trabalho.
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Além disso, Schettini não batia ponto e tinha jornada flexível, o que foi confirmado pela própria Globo. Ele também reclamou que tinha um intervalo de apenas 30 minutos.
“Postula horas extras a partir da quinta hora diária e trigésima semanal, com adicional de 60%, de segunda-feira a sábado para as quatro primeiras horas extraordinárias, e 100% para as demais horas suplementares, além de labor aos domingos”, descreveu a ação.
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A Globo, por outro lado, disse que “havia pactuado entre as partes o ‘Acordo para Prorrogação de Jornada de Trabalho’, por meio do qual a jornada de trabalho foi prorrogada de 30 para 42 horas semanais, sendo que as duas primeiras horas excedentes da jornada normal eram remuneradas como horas extras, já considerados os descansos semanais remunerados”.
Outra alegação foi que o profissional tinha jornada média de trabalho de sete horas, com uma hora de intervalo para refeição e descanso; negou a realização de trabalho noturno e pediu que “eventual condenação deverá ficar restrita às horas excedentes ao módulo semanal de 30 horas, deduzindo-se os valores já recebidos pelo autor relativamente às duas primeiras horas diariamente excedentes”.
Em perfil publicado no site Memória Globo, é informado que Cleber foi um dos primeiros profissionais da área a ingressar na emissora, na década de 1960. Ele nasceu no Rio de Janeiro em 1952. Cobriu nove Olimpíadas e 10 Copas do Mundo.
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Ainda de acordo com o projeto, por conta de seus muitos anos de experiência, antes de deixar o canal Cleber foi convidado pelo então diretor Carlos Henrique Schroder a transmitir seu talento aos iniciantes.
“Eu não ensino o cara a ligar câmera e gravar, ensino o cara a ser repórter cinematográfico, depois vou ensinar a ele as coisas mais objetivas da profissão. Primeiro ele tem que aprender a ser repórter cinematográfico. Todas as turmas que eu formei tinham que fazer relatório todos os dias, para eu saber por que não cheguei ao ponto que ele precisava. Cada um tinha uma pauta, e cada um fazia a pauta do outro. No final, quem fazia era eu, que via individualmente cada matéria e depois mostrava a minha para todo mundo. Com isso, você dá uma formação profissional para o cara. Quando fui convidado, nem sabia que tinha esse dom de ensinar”, concluiu.