Mais de 30 anos depois da versão original, Juma, agora vivida por Alanis Guillen (foto abaixo), está chamando a atenção do público que acompanha o remake de Pantanal. Agora imagine se a heroína da trama morresse no final?
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Uma notícia divulgada na época da reta final de Pantanal, em 1990, deixou muita gente revoltada, incluindo artistas do elenco da novela da Manchete. No entanto, não passava de um boato para despistar a imprensa.
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Em setembro daquele ano, foi divulgado que, no desfecho da trama, Juma (Cristiana Oliveira) assumiria de vez seu lado animal e morreria na mata, vítima da bala certeira de um criador. Dessa forma, Jove (Marcos Winter) ficaria sozinho.
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O público se mobilizou para confirmar a informação e reclamar com o autor e a emissora. No dia 16 de setembro daquele ano, o jornal O Dia trouxe uma extensa reportagem com as mais variadas reclamações.
Manifestação e abaixo-assinado
Um grupo de 30 moradores do Irajá, bairro do Rio de Janeiro, chegou a organizar uma manifestação e um um abaixo-assinado para encaminhar à produção de Pantanal e a Benedito Ruy Barbosa. Entre os reclamantes estavam donas de casa, crianças, aposentados e operários.
A líder do movimento era Maria Helena Porto, então com 46 anos, que estava perplexa com a possibilidade.
“Liguei para a Manchete e a produção me confirmou que Juma vai virar onça e morrer. Não nos conformamos com isto. Todos que acompanharam a novela até agora estão torcendo para que os dois sejam felizes. Se a novela terminar de outra forma será uma decepção”, disparou.
Ela disse, inclusive, que pararia de assistir à novela para não se decepcionar com o final.
“Grande decepção”
A reportagem ainda ouviu muitos artistas, incluindo nomes do elenco da novela, para saber a opinião sobre o tema. A maioria foi contra a morte da protagonista.
“Juma representa a, pureza, a simplicidade, o próprio Pantanal. Ela não pode morrer, não tem sentido. Além disso, não seria nada bonito”, declarou Almir Sater, que vivia o peão Trindade.
“Ah, se esta novela não tiver o fim que eu gostaria vou me desencantar, e já passei da idade do desencanto. O público não gosta quando seus ídolos morrem. Se isto acontecer com Juma seria uma grande decepção. Eu prefiro até nem pensar como será o fim para não ficar triste”, enfatizou o veterano Mário Lago.
Atualmente vivendo o personagem José Leôncio, Marcos Palmeira, que na época foi Tadeu, também deu seu pitaco.
“Não acho que Juma deva morrer, mas seria ótimo se a novela assumisse a fantasia e ela virasse onça para sumir na mata, junto com o Velho do Rio, que também se tomaria sucuri de vez. Acho que o Jove compreenderia”, opinou.
Boato para enganar a imprensa
Companheira de cena de Cristiana Oliveira, Andréa Richa, que vivia a Muda, disse que a notícia não passava de um boato.
“Acho que quem disse que Juma ia ficar longe de Jove e morrer como onça viajou na imaginação. Eles devem terminar juntos numa casa simples, cheios de filhos, no Pantanal. Os dois devem ceder e formar uma grande família”, especulou.
Entre os famosos, ainda opinaram Jussara Freire, Sérgio Reis e Claudia Jimenes; o então vereador Alfredo Sirkis, que era escritor, igualmente foi ouvido; anônimos também falaram, citando termos como “incoerência” e “especulação”.
No final das contas, tudo não passava de um estratagema para prender a atenção do público para o final da novela, que não reservava grandes surpresas.
Juma e Jove se casaram, passando a morar na casa de José Leôncio, que morreu e se transformou no novo Velho do Rio. Apesar das diferenças culturais, o amor prevaleceu.
Provavelmente, esse também será o roteiro da adaptação feita pela Globo.