Por que as plateias dos programas de auditório da TV brasileira ficaram tão mortas?
19/03/2017 às 9h00
Sabemos que a televisão brasileira mudou de uma forma que não se pode ter retrocessos. São outros tempos, outras medidas, outras formas de atingir o público. Mas acho o questionamento válido.
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Quando vemos vídeos dos programas de auditório dos anos 90 ou até mesmo dos anos 2000, você via uma diferença gritante no ar. Não só em termos de produção, onde tudo parecia mais divertido.
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Além disso, a plateia destes programas era extremamente animada e envolvida no programa. Não estava lá apenas para fazer figuração ou para fazer presença. O povo que iria para as atrações ia, acima de tudo, se divertir.
Um grande exemplo disso é a célebre plateia da primeira versão do Programa do Ratinho. Entre 1998 e 2005, era a mais temida, mas, ao mesmo tempo, a mais vibrante, a mais divertida, a que fazia às vezes valer um programa inteiro ser visto.
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Não sei se é um reflexo dos novos tempos, de um público que não liga tanto para televisão, sendo que outras mídias estão aí, mas não tem explicação para a plateia ter virado explicitamente um objeto de figuração.
Uma exceção, provavelmente a única, mesmo com o seu conteúdo fraco, é o Casos de Família, do SBT. É uma plateia vibrante, forte, que se mete mesmo e algumas vezes até apresenta o programa.
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Programa de auditório é, como o próprio nome já diz, mais para o auditório do que para o público de casa. Mas, nos últimos tempos, como virou um acessório de fazer o público de casa chorar, a plateia só virou um adereço absurdo.
É chocante que as emissoras esqueçam que um auditório vivo ajuda o programa em questão a virar atrativo. Infelizmente, isso vai acabar abrindo um caminho para o fim dos programas de auditório.
Se a plateia é tão descartável, por que ela continua a existir?