Político da Praça foi condenado a devolver R$ 341 mil ao governo

19/02/2023 às 16h54

Por: Fabio Marckezini
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Reprodução / SBT

Um dos personagens mais queridos do humorístico A Praça é Nossa é o deputado João Plenário, interpretado pelo talentoso Saulo Laranjeira. O corrupto é uma sátira da política brasileira, que sofre com constantes casos de corrupção e personagens pitorescos.

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Além de ator, Saulo é locutor e apresentador. No início dos anos 2000 ele investiu em um projeto que ele próprio criou – Arrumação 2000 era uma atração exibida pela Rede Minas desde 1997, na qual ele recebia convidados e realizava esquetes de humor.

Uma condenação salgada

A Praça é Nossa - Saulo Laranjeira

Reprodução / Instagram

A produção, que aos olhos do público era mais um programa de TV, se tornou um grande problema jurídico. Em março de 2019, o Tribunal de Contas do Estado de Minas (TCE/MG) condenou o humorista a devolver R$ 341.619,69 aos cofres do governo mineiro, após o humorista receber incentivos do Estado para a realização da atração.

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No voto do relator, o conselheiro José Alves Viana, ele afirma que “o órgão técnico, em exame preliminar, entendeu pela omissão deliberada do dever de prestar contas por parte do Sr. Saulo Pinto Muniz, o qual deveria ser responsabilizado por dano ao erário”.

Em busca do dinheiro

A Praça é Nossa - Carlos Alberto de Nóbrega e Saulo Laranjeira

Leonardo Nones / SBT

Saulo pediu 300 mil reais para dar andamento ao projeto, porém o Estado aprovou 100 mil reais, que foi pago em duas parcelas pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).

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Em matéria publicada pelo UOL, em 23 de março de 2019, foi revelado que a Cemig pagou 80 mil reais a título de incentivo fiscal e 20 mil reais em contrapartida da empresa. O Tribunal alega que o artista demorou 15 anos para prestar contas e o valor foi corrigido por conta dos juros.

“Estou pasmado com isso, sem dúvida alguma”

Saulo Laranjeira

Johnny Drum / Jovem Pan

A Primeira Câmara do Tribunal relatou que os recibos apresentados por Saulo não correspondiam à execução do trabalho que ele propôs ao captar os recursos. O comediante ficou indignado com o parecer da justiça mineira.

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“É uma tempestade em copo d’água, uma coisa absurda, uma coisa que não tem lógica com a história que tenho, principalmente aqui em Minas, com o meu trabalho, a lisura que tenho e a pessoa séria que sou com toda a divulgação da cultura brasileira. Estou pasmado com isso, sem dúvida alguma”, falou Saulo ao UOL.

Na ação, o artista não tinha como recorrer; a única saída seria pagar o valor imposto pela Justiça. O comediante, que ainda trabalha na Praça com Carlos Alberto de Nóbrega, não falou mais sobre o caso.

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