Termina nessa segunda-feira (13) a saga de Poliana, a garota vivida por Sophia Valverde em As Aventuras de Poliana, novela infantil do SBT. Digo “saga” porque foram dois anos e dois meses no ar!

A novela estreou no hoje longínquo 16 de maio de 2018 e só agora chega ao fim. E ainda – vejam só! – passou incólume pela pandemia de Covid-19, já que suas gravações encerraram-se em fevereiro, antes das medidas de paralisação, distanciamento e quarentena adotadas pelas emissoras e pelos governos. Na verdade, o SBT havia dado início a uma nova novela, Poliana Moça, continuação da história anterior – essa sim, agora, com gravações paralisadas.

Por ter sido exibida por tanto tempo, As Aventuras de Poliana entrou para a história da teledramaturgia nacional com um título que chama a atenção: totalizando 563 capítulos, tornou-se não só a mais longa novela do SBT, como a segunda mais longa da TV brasileira – perdendo apenas para Redenção, exibida em 596 capítulos pela TV Excelsior, entre 1966 e 1968. Era de se esperar, vindo do SBT. No ranking das mais longas telenovelas – dos 18 títulos com mais de 250 capítulos -, cinco são produções infantis do canal de Silvio Santos.

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Segue o ranking. Porém, antes, os critérios. Ficam de fora as novelas com menos de 250 capítulos: foram várias, longas, mas nada que destoe de um número considerado normal.

Apenas novelas com exibição ininterrupta, o que exclui a primeira versão de Chiquititas (do SBT), exibida entre 1997 e 2001, que totalizou 807 capítulos, mas foi dividida em cinco temporadas – ou seja, havia a paralisação da exibição para o retorno posterior da próxima temporada.

Exclui-se também a última fase da novela Os Mutantes, chamada de Promessas de Amor (2009), que, apesar da exibição seguida, sua trama e elenco nada tinham a ver com as duas fases anteriores. Exclui-se também as temporadas de Malhação, por uma questão de formato – apesar de hoje elas serem designadas como novelas.

01. Redenção (a mais longa novela da TV Excelsior, 1966-1968): 596 capítulos;

02. As Aventuras de Poliana (a mais longa novela do SBT, 2018-2020): 563;

03. Chiquititas, segunda versão (SBT, 2013-2015): 545;

04. Os Mutantes, as duas primeiras histórias (a mais longa novela da Record, 2007-2009): 483;

05. Os Imigrantes (a mais longa novela da Band, 1981-1982): 459;

06. Rebelde (Record, 2011-2012); 411

07. Carinha de Anjo (SBT, 2016-2018): 404;

08. O Machão (a mais longa novela da Tupi, 1974-1975): 371;

09. Cúmplices de um Resgate (SBT, 2015-2016): 357;

10. A Grande Mentira (a mais longa novela da Globo, 1968-1969): 341;

11. Irmãos Coragem (Globo, 1970-1971): 328;

12. Simplesmente Maria (Tupi, 1970-1971): 315;

13. Carrossel (SBT, 2012-2013): 310;

14. Nino, o Italianinho (Tupi, 1969-1970): 304;

15. Mandacaru (a mais longa novela da Manchete, 1997-1998): 259;

16. O Homem que Deve Morrer (Globo, 1971-1972): 258;

17. Sangue do Meu Sangue (SBT, 1995-1996): 257;

18. A História de Ana Raio e Zé Trovão (Manchete, 1990-1991): 251.

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Existe algum demérito para uma novela longa? Não se o público estiver gostando! Durante a maior parte de sua exibição, As Aventuras de Poliana manteve-se na vice-liderança na audiência em São Paulo, totalizando uma média geral de 11,2 pontos no Ibope (cada ponto equivale a 74.987 domicílios na Grande São Paulo). Ou seja: existe um público cativo. Para a emissora, é uma maravilha, já que os custos de produção foram diluídos há muito tempo e o que vem depois é lucro – ainda mais porque o SBT também se beneficia dos produtos licenciados envolvendo a novela.

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira. Leia todos os textos do autor