Poliana, Calixto e mais: os grandes destaques da carreira de Pedro Paulo Rangel

Pedro Paulo Rangel

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Faleceu nesta quarta-feira (21), no Rio de Janeiro, o ator Pedro Paulo Rangel, conhecido do grande público por personagens como o Poliana, da novela Vale Tudo (1988), e Calixto, de O Cravo e a Rosa (2000-2001). Outro ótimo momento de PP (como era conhecido pelos amigos) foi o humorístico TV Pirata (de 1989 a 1992).

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Pedro Paulo Rangel, que foi fumante por muitos anos, tratava, desde 2002, de uma doença pulmonar crônica. Ele chegou a ser internado e intubado no início de novembro e seu quadro já era grave.

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Teatro e cinema

Nascido Pedro Paulo Marques Rangel – no Rio de Janeiro, em 29 de junho de 1948, filho de um casal de funcionários públicos -, desde adolescente queria ser ator. Ao fazer parte do elenco da peça infantil O Bruxo e a Rainha, de Pedro Reis, na Igreja de Santa Terezinha, em Copacabana, conheceu o ator Marco Nanini, com quem fez o curso de formação de atores no Conservatório Nacional de Teatro (atual Escola de Teatro da UNIRIO).

Seu primeiro trabalho no teatro profissional foi uma grande experiência: a peça Roda Viva, de Chico Buarque, em 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, em São Paulo. Com Zé Celso, no Grupo Oficina, atuou ainda em Galileo Galilei, em 1969. Jô Soares conheceu seu trabalho e o levou para fazer Romeu e Julieta.

Outras peças teatrais dessa fase foram Jorginho, o Machão, de Leilah Assumpção, em 1970, e Castro Alves Pede Passagem, de Gianfrancesco Guarnieri, em 1972.

Em 1982, foi premiado com o Moliére de melhor ator pela peça A Aurora da Minha Vida, de Naum Alves de Sousa. Ganhou mais dois Moliéres: em 1989, por Machado em Cena, Um Sarau Carioca, de Luís de Lima; e em 1994, pelo monólogo O Sermão da Quarta-feira de Cinzas, de Moacir Chaves, no qual viveu o Padre Antônio Vieira – que também lhe rendeu os prêmios Shell e Mambembe.

Em 1996, ganhou o Prêmio Cultura Inglesa pela peça O Mercador de Veneza e, em 2004, o Prêmio Shell pelo monólogo Soppa de Letra.

No cinema, atuou em filmes como Como É Boa Nossa Empregada (1973), Prova de Fogo (1980), Os Três Mosqueteiros Trapalhões (1980), O Beijo no Asfalto (1981), Índia, a Filha do Sol (1982), Menino do Rio (1982), O Coronel e o Lobisomem (2005), Chico Xavier (2010) e O Concurso, seu último filme, em 2013.

Televisão

Estreou em 1969, na novela Super Plá, da TV Tupi, quando morava em São Paulo, na qual estava rodeado de amigos do teatro: o autor Bráulio Pedroso, o diretor Antônio Abujamra, e os atores Marília Pêra, Antônio Pedro, Rodrigo Santiago e Bete Mendes, entre outros.

Em 1972, de volta ao Rio, fez seu primeiro trabalho na TV Globo, a novela Bicho do Mato. Na sequência, atuou em A Patota, contracenando pela primeira vez na TV com o amigo Marco Nanini.

Em 1975, viveu seu único protagonista em novelas: Juca em O Noviço, baseada na peça de Martins Pena. No mesmo ano, encenou o primeiro nu da TV brasileira, ao lado da atriz Cidinha Milan, na novela Gabriela – ainda que a câmera focalizasse os atores de longe, em meio à chuva, o diretor Walter Avancini os obrigou a gravarem nus.

Ainda na década de 1970, participou das novelas Saramandaia (1976), O Pulo do Gato (1978) e Dinheiro Vivo (1979), nesta, de volta à Tupi.

Nos anos 1980, PP esteve no elenco do Viva o Gordo, de Jô Soares, em que participou de inúmeros esquetes de humor. Em 1988, foi visto na minissérie O Primo Basílio e, em seguida, viveu um de seus personagens mais famosos em novelas: Aldálio Candeias de Vale Tudo, apelidado de Poliana por sempre ter uma posição otimista diante das dificuldades da vida.

Entre 1989 e 1992, o ator fez parte do elenco do TV Pirata, atuando ao lado de Ney Latorraca, Marco Nanini, Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães, Diogo Vilela e outros. Outro personagem marcante foi o homossexual Adamastor na novela Pedra Sobre Pedra (1992), de Aguinaldo Silva, Ana Maria Mortezsohn e Ricardo Linhares. Dos mesmos autores, esteve ainda no elenco de A Indomada, como o Padre Joseph.

Foi visto também nas minisséries O Sorriso do Lagarto (1991) e Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados (1995), nas novelas O Mapa da Mina (1993), O Fim do Mundo (1996) e Pecado Capital (1998), nas séries A Comédia da Vida Privada e Brava Gente, e em alguns episódios do Você Decide.

Anos 2000 em diante

No ano de 2000, esteve em dose tripla na televisão: nas minisséries A Invenção do Brasil e A Muralha e na novela O Cravo e a Rosa, na qual viveu outro de seus personagens mais populares: o simplório Calixto, dividindo cenas divertidas com Petrucchio (Eduardo Moscovis) e Mimosa (Suely Franco).

A partir da década de 2000, PP esteve nas minisséries O Quinto dos Infernos (2002), Um Só Coração (2004), Amazônia, de Galvez a Chico Mendes (2007) e Som & Fúria (2008), e nas novelas Sabor da Paixão (2002), Belíssima (2005), Desejo Proibido (2007), Cama de Gato (2009) e Amor Eterno Amor (2012), além de seriados e humorísticos como A Diarista, Os Aspones, A Grande Família, Sob Nova Direção, Minha Nada Mole Vida e outros.

Em 2013, após mais de 30 anos na TV Globo, o ator não renovou contrato com a emissora, diminuindo assim seu ritmo de trabalho para cuidar da saúde. Em 2022, a TV Cultura exibiu seu último trabalho, a série Independências.

Para sempre lembrarei de Pedro Paulo Rangel em Vale Tudo, de onde a imagem de Poliana comendo banana virou meme na Internet; e em O Cravo e a Rosa, de Calixto falando das caveiras dos pais de Petrucchio no túmulo. Grande ator, genial!

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