Depois do grande sucesso de Quatro por Quatro em 1994, o público aguardava com ansiedade a novela seguinte de Carlos Lombardi na Globo. A história, no entanto, mostra que nem sempre isso dá certo e, mais uma vez, foi o que aconteceu.
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Em 1º de abril de 1996, portanto há exatamente 26 anos, estreava Vira-Lata na faixa das sete da emissora. O próprio autor já declarou, em diversas entrevistas, que detesta a produção, por tudo que aconteceu, e que se trata de um trabalho infeliz.
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“Foi minha pior novela. Em Vira-Lata, aprendi a jogar fora o que não funciona e consertar o que está dando errado com a novela no ar. Consertei a novela somente no capítulo 80. Do capítulo 20 em diante, fiquei tentando ajustar, porque estreei com 20 capítulos prontos”, contou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, do projeto Memória Globo.
Na obra, Lombardi admitiu que errou coisas no texto e na escalação dos artistas do elenco.
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“E o Jorginho errou na mão, apesar de eu admirá-lo muito. Foi uma comunicação ruim”, completou, sobre o trabalho do saudoso diretor Jorge Fernando.
Em seu site Teledramaturgia, nosso colunista Nilson Xavier também enumerou algumas razões do fracasso da produção.
“Houve uma superexposição do corpo e um grande troca-troca de casais em um horário tradicionalmente familiar. Muitos telespectadores sentiram-se chocados pelas cenas apelativas, como as da infidelidade de Bráulio Vianna (Murilo Benício) com a empregada diante das próprias filhas, com um certo erotismo vulgar. Uma trama um tanto quanto confusa que não vingou”, explicou.
Estrelas descontentes
Além desses problemas, Lombardi teve que conviver com a insatisfação por parte de duas estrelas da novela: Andréa Beltrão, que vivia a protagonista Helena, e Glória Menezes, que dava vida à Stella, importante personagem da história.
Beltrão claramente não estava contente com o papel e chegou a se afastar por alguns capítulos.
“A Andréa Beltrão foi chata pra caramba! Nunca mais pretendo escrever ou trabalhar com ela na vida. E olha que acho a Andréa uma atriz brilhante. Ela não gostava do que estava fazendo. E parecia não gostar com quem estava contracenando”, disparou Lombardi no livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo”, de André Bernardo e Cíntia Lopes.
Já Glória Menezes acabou deixando a produção. Personagem-chave da trama, Stella acabou sendo substituída por Laura, criada às pressas e defendida por Susana Vieira.
Vira-Lata engrenou um pouco depois que o autor fez diversas mudanças, incluindo dar o papel de mocinha da história para Renata, personagem de Carolina Dieckmann.
“A novela só subiu quando peguei uma atriz coadjuvante e falei: esta é mocinha da história”, exemplificou o autor.
Encerrada em 28 de setembro do mesmo, Vira-Lata não deixou saudade e nunca foi cogitada para reprise pela Globo ou canal Viva nesse tempo todo. Quem sabe, pinte um dia no Globoplay.