Terra e Paixão bateu seu recorde de audiência da última terça-feira (8) com um capítulo de alto impacto. A novela mostrou o flagra que Antônio (Tony Ramos) deu em Irene (Gloria Pires), que foi pega pelo marido no motel com o amante Vinícius (Paulo Rocha).
A sequência causou frisson entre o público, sobretudo em razão do embate entre Irene e Agatha (Eliane Giardini). A “ex-falecida” tratou de tripudiar sobre a rival logo depois que Antônio saiu à caça de Vinícius, que fugiu correndo dali. A derrota de Irene, inclusive, fez o público torcer pela vilã: muita gente quer que ela dê o troco na rival.
O fato de Irene cair nas graças do público em Terra e Paixão expõe o maior erro da novela escrita por Walcyr Carrasco e Thelma Guedes. A trama nunca conseguiu fazer os espectadores torcerem por Aline (Barbara Reis), a mocinha da história. O público, agora, torce por Irene.
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Reviravolta acertada
Terra e Paixão abraçou o absurdo ao apostar na volta de Agatha. A personagem, que a princípio seria apenas uma lembrança em flashbacks, se revelou uma vilã que forjou a própria morte e retornou, anos depois, para tirar dinheiro de Antônio. Mesmo com as várias inconsistências de tamanha reviravolta, ela se mostrou acertada.
O retorno de Agatha e sua ascensão como vilã da novela deu novo fôlego à trama principal. Isso porque, até então, Antônio e Irene, os “vilões oficiais”, miravam suas armas para Aline, de olho nas terras da moça. Porém, tal briga nunca empolgou o público.
A chegada de Agatha reconfigurou tais peças. O autor Walcyr Carrasco criou uma dinâmica interessante ao apostar num “triângulo de vilões”, com duas megeras duelando para ver quem vai dar o melhor golpe no ricaço desavisado.
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Clímax
O embate entre Agatha e Irene chegou ao clímax nesta sequência envolvendo o flagra de Antônio. A primeira preparou o terreno cuidadosamente ao armar o flagrante e a segunda sucumbiu diante do acontecido. Agatha ganhou a queda de braço com a inimiga.
O duelo entre as duas vilãs se revelou tão intenso que o público comprou essa briga. E, curiosamente, uma torcida por Irene começa a se formar. Já tem gente na expectativa do troco que a personagem de Gloria Pires vai dar sobre a malvada vivida por Eliane Giardini.
Mas, ao mesmo tempo, ninguém se importa muito com Aline. A professora segue andando em círculos, sem ter uma trama realmente atrativa. Dá a impressão de que os autores não sabem bem o que fazer com ela, que vive apenas das ameaças de morte de Antônio e do vai-e-volta em seu romance sem graça com Caio (Cauã Reymond) – que também não convence como mocinho.
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Vilões roubam a cena
Desde o início de Terra e Paixão, Aline se revelou uma mocinha um tanto equivocada. E Caio não fica atrás. Excessivamente ingênuo, ele mais atrapalha do que ajuda Aline. O amor deles não empolga.
Por isso mesmo, o público quer mais é saber o que vai acontecer com os vilões da história. Os próximos passos de Agatha, Irene e Antônio chamam mais a atenção do que o enésimo atentado sofrido pela mocinha.
Terra e Paixão errou feio na construção de seus mocinhos. Assim, abriu espaço para que os vilões roubassem a cena e dominassem a história. A gente já sabe que Aline e Caio vão ficar juntos no final, portanto, a maior curiosidade se dá sobre o destino da trinca de vilões.
