Em Pantanal, o Velho do Rio (Osmar Prado) é uma entidade que defende a natureza da ameaça humana, chegando a se transformar em sucuri para cumprir sua missão no bioma sul-matogrossense. Mas a figura mítica, criada por Benedito Ruy Barbosa, não é apenas “coisa de novela”.
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Pouca gente sabe que na vida real também existiu um Velho do Rio, que dedicou sua vida à preservação do patrimônio ambiental brasileiro.
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Robson Araújo Marques, conhecido como Velho do Rio, passou a vida buscando preservar o Patrimônio Histórico Vale dos Dinossauros, localizado na cidade de Sousa, na Paraíba. O local é um grande acervo arqueológico a céu aberto, que possui pegadas de animais pré-históricos.
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De acordo com o site GT News, o Velho do Rio da vida real costumava percorrer o local com sua bicicleta e conversar com os turistas sobre as histórias do Vale dos Dinossauros. Com isso, ele se tornou uma figura conhecida pelos visitantes do local, transformando-se num grande defensor do Vale.
Falecimento
O Velho do Rio passou toda uma vida dedicada à defesa e preservação do Vale dos Dinossauros. No entanto, em 2020, a pandemia da covid-19 o obrigou a se afastar de sua missão. Por conta da idade avançada, Robson Araújo Marques pertencia ao grupo de risco da doença.
Apesar do cuidado, o Velho do Rio da Paraíba faleceu no ano seguinte, aos 77 anos, vítima de infarto. De acordo com a família do idoso, ele estava internado em Mossoró, no Rio Grande do Norte, quando faleceu.
Em junho de 2021, em razão da morte do Velho do Rio, a prefeitura de Sousa divulgou uma nota de pesar.
“Externamos nossos profundos votos de pesar pelo falecimento do Senhor Robson Marques, o ‘Velho do Rio’, o qual dedicou parte de sua vida ao Monumental Natural Vale dos Dinossauros em Sousa-PB, contando suas diversas histórias, e experiências vividas a todos que o visitavam no quiosque em meio ao caminho de trilhas. Descanse em Paz Robson, seu legado ficará eternizado pra sempre”, diz a nota.
O Velho do Rio da ficção
Quando criou o Velho do Rio de Pantanal, Benedito Ruy Barbosa idealizou um personagem que viveria para sempre no imaginário popular. A figura do idoso misterioso que protegia as matas, os rios e os animais se tornou um ícone da televisão brasileira.
Na primeira versão de Pantanal, Claudio Marzo se dividiu entre José Leôncio e o Velho do Rio. Para diferenciar os dois personagens, a caracterização utilizava truques para deixar Claudio com uma aparência mais velha, sendo que o principal recurso era a longa barba branca.
A princípio, a ideia era que o Velho do Rio e José Leôncio fossem interpretados por atores diferentes. Claudio Marzo já estava escalado para viver o idoso, enquanto o protagonista seria interpretado por Carlos Alberto. Mas Alberto foi dispensado, e Claudio Marzo passou a responder pelos dois papéis.
Por isso, no remake, a opção foi escalar um outro ator para viver o Velho do Rio. Enquanto Marcos Palmeira vive José Leôncio, Osmar Prado defende a entidade da natureza. Antes de fechar com Osmar Prado, a emissora ofereceu o personagem a Antonio Fagundes.
Apelido
Para criar o Velho do Rio, o autor Benedito Ruy Barbosa se inspirou em figuras míticas do folclore pantaneiro. Um deles é o Minhocão, um tipo de serpente com focinho de porco que virava os barcos dos pescadores para se alimentar deles.
Outro, mais parecido com o Velho do Rio, é o Pai do Mato, um ser encarregado de guardar as matas e protegê-las de qualquer interferência. Há ainda o Senhorzinho, figura mítica que tinha o dom da cura.
A criação do novelista se tornou tão forte que Velho do Rio se tornou o apelido de Robson Araújo Marques, não apenas por sua semelhança física com o personagem, mas também por ter dedicado sua vida à preservação de um importante patrimônio ambiental, tal qual o Velho do Rio da ficção.