Personagem real de nova minissérie da Globo previu a própria morte

21/12/2021 às 11h52

Por: Fabio Marckezini
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Passaporte para Liberdade, nova minissérie da Globo, feita em parceria com a Sony Pictures Television, é baseada em fatos reais, tendo como fio condutor a saga humanitária protagonizada por Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa (1908-2011) que foi interpretada por Sophie Charlotte.

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Passaporte para Liberdade - Aracy e João

Aracy foi casada com o escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), vivido na minissérie por Rodrigo Lombardi.

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Quem foi Guimarães Rosa

Guimarães Rosa

Nascido na cidade de Cordisburgo (MG), no dia 27 de junho de 1908, o futuro escritor já falava várias línguas, mostrando toda a sua inteligência desde cedo.

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Mudou-se para Belo Horizonte (MG) e concluiu os seus estudos. Com apenas 16 anos, entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais.

Em 1930, casou-se com Lígia Cabral Pena e foi morar em Itaguara (MG). O contato com elementos do sertão seria a base de inspiração para a suas futuras obras.

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Médico, serviu como voluntário da Força Pública (atual Polícia Militar), durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Com o fim da guerra, foi para a cidade de Barbacena (MG) e prestou concurso para o Itamaraty, trabalhando como diplomata.

Casamento com Aracy de Carvalho

Aracy de Carvalho e Guimarães Rosa

No consulado da Alemanha, Guimarães Rosa conheceu Aracy de Carvalho, chefe da Seção de Passaportes.

Os dois iniciaram uma relação e permaneceram em Hamburgo até 1942, quando o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha, passando a combater os nazistas juntamente com os Aliados.

Aracy de Carvalho

A situação fez com que ambos ficassem sob custódia do governo alemão por quatro meses. Foram liberados somente após a troca deles por diplomatas alemães.

Como na época não era permitido no Brasil a pessoas desquitadas se casarem novamente, tiveram que formalizar a união em 1947, na Embaixada do México no Rio de Janeiro, por meio de procuração.

Grandes clássicos da literatura

Grande Sertão Veredas

A primeira grande obra de sucesso do escritor foi Sagarana (1946), livro de contos modernista.

Mas foi com Grande Sertão: Veredas, que ele atingiu o status de grandeza, tornando-se um verdadeiro clássico da nossa literatura.

A obra também foi um grande sucesso na televisão, sendo adaptado em 1985 com Tony Ramos, Bruna Lombardi e Tarcísio Meira no elenco. O livro foi dedicado à Aracy.

Grande Sertão Veredas

Magma, Com o Vaqueiro Mariano, Corpo de Baile: Noites do Sertão, Campo Geral, Tutaméia – Terceiras Estórias, foram alguns dos trabalhos da brilhante carreira do escritor, que acabou levando-o, em 1963, à categoria de imortal da Academia Brasileira de Letras.

Mas ele acabou assumindo de fato a condição de terceiro ocupante da cadeira número 2 apenas em 1967.

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Morte de Guimarães Rosa

Guimarães Rosa

Ao assumir seu posto na Academia, o escritor fez um discurso premonitório, em tom de despedida, dizendo “a gente morre é para provar que viveu”.

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Em 19 de novembro de 1967, apenas três dias depois de se tornar um imortal da ABL, faleceu em sua casa, devido a um infarto fulminante.

Ele foi sepultado no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro (RJ), no panteão dos grandes escritores que fizeram parte do seleto grupo da Academia Brasileira de Letras.

Poucos dias antes de sua partida, ele também foi indicado para o Prêmio Nobel de Literatura.

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