Antecessora de Terra e Paixão, Travessia ficou marcada, principalmente, pela falta de vilões bem definidos. A trama de Gloria Perez só ameaçou engrenar na reta final, quando Ari (Chay Suede) mostrou sua verdadeira face. Mas era tarde demais. Já com a obra de Walcyr Carrasco, que estreou no dia 8 de maio na faixa das nove da Globo, a história é bem diferente.

Cauã Reymond
Reprodução / Globo

Em Terra e Paixão, não há dúvidas sobre o caráter duvidoso de Antônio La Selva. O personagem de Tony Ramos já mandou matar toda uma família logo na primeira cena do folhetim. Ele também não faz questão nenhuma de esconder o desgosto que nutre dos próprios filhos, em especial Caio (Cauã Reymond, foto acima).

No entanto, Antônio está longe de ser o único malvado da novela. A trama mal estreou e já apresentou ao público vários personagens de caráter duvidoso. Porém, outros tantos se mantêm misteriosos, e não se sabe bem se são do bem ou do mal.

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Vilões com V maiúsculo

Terra e Paixão - Tony Ramos
João Miguel Júnior / Globo

Antônio é o grande vilão de Terra e Paixão. O empresário do agronegócio tentou tomar as terras de Aline (Barbara Reis) à força e foi o responsável pela morte de seu marido. Com ódio da rival, ele faz o possível para tomar posse do sítio da heroína.

No entanto, sua esposa Irene (Gloria Pires) não fica atrás. Tão mau-caráter quanto o marido, ela é interesseira e manipuladora. De olho no futuro dos negócios da família, Irene faz o que for preciso para que seu herdeiro Daniel (Johnny Massaro) seja eleito o sucessor de Antônio.

Para isso, ela pisa sempre que pode no enteado Caio. A megera se aproveita do fato de o primogênito de Antonio ser rejeitado pelo próprio pai para mantê-lo distante da disputa pela sucessão. Irene já demonstrou que é capaz de tudo para garantir seus interesses.

Vilões ocultos

Terra e Paixão - Charles Fricks
João Miguel Júnior / Globo

Enquanto alguns vilões foram bem apresentados em Terra e Paixão, outros permanecem ocultos. É o caso de Caio. O rapaz convive com o ódio de Antônio, que o culpa pela morte de Agatha (Bianca Bin), sua primeira esposa.

A princípio, Caio é um sofredor rejeitado, que ainda vai penar ao se ver apaixonado por Aline, grande rival de seu pai. Mas ele vai botar as manguinhas de fora ao colocar toda a família contra a parede e garantir o que lhe é de direito na herança da mãe. Com isso, vai mostrar um lado pouco conhecido. Será que Caio vai se revelar um vilão?

Outro que ainda surge envolto em mistério é Ademir (Charles Fricks, foto acima). O irmão de Antônio parece simpático e justo, mas Cândida (Susana Vieira) deixou claro que ele tem um segredo. Será que essa aparente bondade esconde algo mais?

De acordo com informações de bastidores, Ademir não chega a ser um vilão. No entanto, ele esconde, sim, um segredo: costumava sair com Irene quando ela era prostituta no bar de Cândida. Há até quem acredite que ele é o namorado misterioso de Luana (Valéria Barcellos). Será?

Bandidos por todos os lados

Terra e Paixão - Ângelo Antônio e Débora Falabella
João Miguel Júnior / Globo

Mas, além dos “vilões-mor” e dos “vilões em potencial”, Terra e Paixão tem outros personagens de caráter bastante duvidoso. É o caso de Andrade (Angelo Antonio), um homem que agride a própria esposa, Lucinda (Débora Falabella). Ele também chantageia a cunhada, Anely (Tatá Werneck).

Outro personagem de índole duvidosa é Luigi (Rainer Cadete). O italiano chega a Nova Primavera para conhecer a namorada, Petra (Débora Ozório), mas já deixou claro que é um golpista. Tanto que também se envolve com Gladys (Leona Cavalli).

Gladys, aliás, também é controversa. E não só ela, mas também o marido, Tadeu (Claudio Gabriel). Os dois fingem ser um exemplo de moral, mas, por debaixo dos panos, aprontam das suas. Enquanto ela engata um caso com Luigi, ele fica louco por Anely, sempre acompanhando seu striptease na internet.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor