O remake de Pantanal, em exibição na Globo, vai se manter fiel à novela original, produzida em 1990 pela Manchete. A saída de Trindade (Gabriel Sater), por exemplo, acontecerá em breve. Na primeira versão, o peão (então vivido Almir Sater) abandonou Irma (Elaine Cristina) grávida. Sem o pai de seu filho por perto, a tia de Jove (Marcos Winter) se acertou com José Lucas (Paulo Gorgulho).

Pantanal

Só que, na época, o desfecho antecipado do peão se deu porque Almir havia sido escalado para estrelar A História de Ana Raio e Zé Trovão, a trama substituta. Por isso, na regravação, acreditava-se que o final de Trindade seria diferente, já que não há impedimento para Gabriel Sater – um dos queridinhos da audiência – seguir no folhetim.

No entanto, de acordo com Patrícia Kogut, de O Globo, isso não deve acontecer. Bruno Luperi, que assina a atualização da trama, deve manter a trajetória de Trindade, Irma (agora Camila Morgado) e Zé Lucas (Irandhir Santos) como no original.

Situação recorrente na teledramaturgia

A Favorita

O ocorrido com Almir Sater em Pantanal não foi um caso isolado. Em várias ocasiões, atores que estavam trabalhando numa novela tiveram que deixar tais produções ao serem escalados para outros trabalhos. Um destes casos pode ser revisto agora…

Juliana Paes está nas tardes na Globo como a jornalista Maíra em A Favorita (2008), no Vale a Pena Ver de Novo. A melhor amiga de Zé Bob (Carmo Dalla Vecchia) é também sua principal ouvinte e confidente, sempre pronta a ajudá-lo no que for preciso.

No entanto, em breve, Maíra deixará a trama. A jornalista será morta por Flora (Patrícia Pillar) logo após descobrir todas as armações da vilã. Foi a maneira encontrada por João Emanuel Carneiro para liberar a atriz, escalada para a trama seguinte.

Juliana Paes foi a escolhida de Gloria Perez para estrelar Caminho das Índias, novela que substituiu A Favorita no horário nobre em 2009 – e que agora está em exibição no Canal Viva.

A autora bateu o pé para garantir a presença de Juliana, já que ela considerava que a atriz tinha o tipo ideal para viver a indiana Maya. Com isso, Paes teve que se despedir de A Favorita poucos meses após a estreia.

Concorrência também contabiliza caso

Prova de Amor

Em 2005, Prova de Amor se tornou um grande êxito da dramaturgia da Record. A trama escrita por Tiago Santiago incomodou a Globo e é considerada uma das mais importantes novelas desta safra da emissora.

Na trama, Renata Dominguez vivia a doce Patty, a irmã do vilão Lopo (Leonardo Vieira). Mas a direção de dramaturgia da emissora gostou do desempenho da eterna Solene, de Malhação (2001), e tratou de escalá-la para viver a mocinha da trama seguinte, Bicho do Mato (2006).

Por isso, Patty teve seu desfecho antecipado em Prova de Amor, e Renata já engatou este trabalho no início das gravações do folhetim substituto, na qual viveu a protagonista Cecília, uma residente em medicina sempre preocupada com o próximo.

A protagonista que não veio

A Lua me Disse

Este é um caso curioso. Isabel Fillardis estava há dois anos afastada das novelas quando foi escalada para viver Eurídice, em Começar de Novo (2004). Entretanto, pouco tempo depois da estreia, a atriz deixou o elenco da trama das sete.

A informação era que Isabel teria sido escalada para ser a protagonista da substituta, escrita por Miguel Falabella e Maria Carmen Barbosa, o que rendeu uma declaração polêmica do autor de Começar de Novo, Antonio Calmon:

“Liberei a Isabel para a Maria Carmem. Para o Miguel, eu não cederia nem uma mariola. Espero que agora ele não venha pedir o BL 24 (o robô da novela)”.

Porém, a prometida protagonista não veio. A Lua me Disse, de Miguel Falabella e Maria Carmen Barbosa, substituiu Começar de Novo, mas sua estrela era Adriana Esteves. Isabel Fillardis estava no elenco como a coadjuvante Violeta.

De coadjuvante a estrela

A Padroeira

Stenio Garcia já estava no ar como Antonio, em A Padroeira (2001), quando pipocaram informações sobre a escalação de elenco de O Clone (2001). E a autora Gloria Perez, com quem Stenio já havia trabalhado outras vezes, o convidou para viver Ali na novela das nove.

Com isso, o personagem de Stenio Garcia morreu logo no início da trama de Walcyr Carrasco e, pouco tempo depois, o ator já dava expediente como o muçulmano, tio da protagonista Jade (Giovanna Antonelli). O personagem marcou a carreira do ator, diferente de Antonio…

Mesma novela, outra baixa

A Padroeira

Assim como Stenio Garcia, Yoná Magalhães também estava no ar em A Padroeira, como a feiticeira Úrsula. Mas a atriz foi solicitada por Silvio de Abreu para viver Violante, em As Filhas da Mãe (2001), personagem anteriormente destinada a Renata Fronzi.

Assim, a morte de Úrsula em A Padroeira aconteceu em meio a várias mudanças na trama, que foi reformulada no ar em razão de seus baixos índices de audiência iniciais. A personagem, a princípio, seria a mãe desconhecida do protagonista Valentim (Luigi Baricelli), mas isso acabou sendo alterado.

Curiosamente, em razão do insucesso, As Filhas da Mãe foi encurtada em dois meses. Já A Padroeira foi esticada em razão do cancelamento de A Dança da Vida, que seria sua sucessora. Quando Yoná Magalhães se despediu da trama das sete, a novela das seis ainda estava no ar.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor