Há 52 anos, em 26 de outubro de 1972, a Globo colocava no ar a série A Grande Família. Com 112 episódios, foi exibida até 27 de março de 1975, com grande sucesso, ganhando uma nova versão em 2001.
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No entanto, diversas adaptações foram feitas para garantir o sucesso da atração, que engrenou a partir da terceira temporada, em 2003.
Mudanças
Quando estreou, em março de 2001, a atualização do seriado se baseava nos textos originais de Oduvaldo, que narrava o cotidiano da família Silva, que moram no subúrbio carioca. Em constantes conflitos nas relações familiares, os Silva passam por dificuldades profissionais e financeiras, mas lutam com bastante humor e emoção para se manter unidos.
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Os primeiros episódios custaram a cair no gosto popular, apesar dos bons números apresentados (média de 34 pontos no Ibope da Grande São Paulo). Para isso, o diretor Maurício Farias, em entrevista ao O Globo em 2 de fevereiro de 2003, contou que manter esses números ou fazê-la subir seria o grande desafio da equipe para a terceira temporada.
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“Não queremos descansar nos louros de 2002”, disse Farias que, entre as mudanças aumentaria a participação de personagens como a cabeleireira Marilda (Andréa Beltrão) e alterações no visual e perfil dos personagens principais.
“O Tuco (Lúcio Mauro Filho) cortará o cabelo. Seu visual ficará mais moderninho”, já a Dona Nenê (Marieta Severo) voltará a ser a dona de casa tradicional com direito a vassoura na mão. “A Nenê perdeu um pouco da sua funcionalidade. No ano passado, ela ficou muito romântica”, avaliou o diretor.
Nem Bebel (Guta Stresser) escapou das novidades com relação a sua personagem, Farias disse:
“Vamos explorar mais o fato de a personagem continuar morando na casa dos pais, depois de casada. Ela também pode ser menos frágil”.
Além disso, houve mudanças na casa da família e na cidade cenográfica, que ganharia tons mais realistas, mais parecida com o subúrbio, sendo menos bucólica e mais urbana.
Ibope crescente
Meses depois, as mudanças realizadas pela equipe de A Grande Família começaram a surtir efeito.
A audiência, que em 2002 chegava a empatar com a da novela das oito da época, Esperança, ultrapassou a casa dos 40 pontos, uma façanha digna dos folhetins do horário nobre. Um exemplo foi a audiência registrada no dia 15 de maio de 2003. Enquanto a novela das oito, Mulheres Apaixonadas, marcou 46 pontos, o seriado exibido logo em seguida marcou 41.
Claudio Paiva, redator do seriado, apontou que A Grande Família estava fazendo sucesso pois ela estava “flertando com os códigos dos folhetins”.
“Os códigos são o romance, o elenco fixo e o tom realista que nos permite emocionar o público. São códigos de novela, por isso o ibope de novela. O que não acontecia com o Sai de Baixo porque era muito faresco, flertava com a chanchada. E acho que, com isso, estamos abrindo uma possibilidade para uma novela moderna, ideal, de um capítulo por semana”, disse ele ao jornal O Globo em 29 de maio de 2003.
Paiva relembrou que foi a partir de uma novela de Carlos Lombardi, que fez ele encontrar o vácuo que, na sua opinião, existia antes de A Grande Família ser relançada em 2001.
“Antes de começarmos a pensar em fazer A Grande Familia, falei pro Guel (Arraes, diretor de núcleo) que algumas novelas como Uga Uga, estavam invadindo o universo do humor. Alguém precisava fazer o contrário, e com a série botamos isso em prática”, explicou ele.
Demais modificações
Nesta mesma temporada, Leandra Leal também chegou a fazer participações esporádicas como Vivi, a namorada de Tuco, com quem teve um filho.
Na sétima temporada, exibida em 2007, Bebel anunciou sua gravidez, dando à luz no último episódio desta temporada. A criança foi batizada de Floriano em homenagem ao personagem de Rogério Cardoso.
Em 2010, Andrea Beltrão saiu do seriado e Dona Nenê herdou o salão; na temporada 12, exibida em 2012, após ficar quatro anos em coma após um acidente, Lineu acordou e descobriu que seu neto Florianinho (Vinicius Moreno) era um pré-adolescente que se transformou numa versão mais nova de Agostinho (Pedro Cardoso).
Enquanto isso, Tuco se tornou um ator de sucesso, Agostinho foi preso acusado de receber propina de um empresário corrupto e Nenê, no período em que o marido esteve em coma, passou a trabalhar como modista.
Até o bairro onde os personagens residem passou por alterações durante o tempo que Lineu estava internado: foi construído um viaduto e uma linha de trem foi instalada no local.