Quem está acompanhando a reprise de Mulheres de Areia nas tardes da Globo tem visto a brilhante atuação de Marcos Frota como Tonho da Lua.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Mas poucos sabem que, no meio de todo esse sucesso, o ator enfrentou uma grande tragédia: a perda de sua esposa Cibele Ferreira, em 25 de setembro de 1993, logo após o final da trama.
Frota conheceu Cibele na época em que estudavam juntos e foi amor à primeira vista. Os dois tiveram três filhos e viviam um grande momento quando ela sofreu um acidente de carro e não sobreviveu.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Tonho e a tragédia
Segundo ele, o personagem de Mulheres de Areia o ajudou no momento mais difícil de sua vida.
“O Tonho da Lua marcou a minha vida porque fiquei viúvo no final. A minha mulher, Cibele [Ferreira], com três filhos e 17 anos de casamento, bateu o carro na frente da minha casa e me deixou com três crianças”, disse ele no Altas Horas.
“Quando olhei para aquilo tudo, encontrei dentro de mim um tecido espiritual, uma compreensão da dor, que o Tonho da Lua que tinha me ensinado. Aquilo foi incrível. Jamais esperava que a vida pudesse se misturar tanto com a arte, dessa forma. Percebi, através do Tonho da Lua que, na verdade, eu tinha ganhado um presente na vida que era ser o pai e a mãe dos meus filhos”, continuou.
[anuncio_2]
Sensação de culpa
Mas não foi nada fácil lidar com a perda, pois Frota estava distante de casa, gravando de forma intensa a novela. Por muitos anos, ele se sentiu culpado.
“Eu me senti culpado como pai, como homem, como marido. Como eu deixei isso acontecer com minha mulher? Eu estava ausente, eu estava em Belo Horizonte. É claro que eu sei que Deus tem os desígnios maiores, mas pode ter certeza que eu carrego uma culpa de não ter ficado colado com ela, de não ter ficado protegendo ela”, relatou ao Abroader Podcast em setembro de 2022.
“Consegui fazer daquela dor uma dor de evolução”
Hoje, rever as cenas da novela é uma forma de entender como a produção e a criação do personagem foram fundamentais para ele entender e superar a tragédia.
Leia também: Tragédia e reclusão: três narradores famosos que sumiram da TV
“Quando eu revejo alguma cena da novela, sem querer mistificar muito, sinto que eu fui preparado para enfrentar aquele momento. Eu consegui fazer daquela dor uma dor de evolução. Tive a possibilidade de ser o pai e a mãe dos meus filhos. Isso criou uma relação de uma cumplicidade total entre a gente, construída neste período de muito sofrimento”.